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quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Poema: O LAMENTO DO RIO






Sou ,apenas,  um rio sem água. 
Mas  matei  a sede do ribeirinho, do peixe que
aqui viveu, da plantação que aqui nasceu.
O animal, também,  bebeu.
Foi embora a minha água, nem   uma gota  sobrou.
Ficou a canoa, abandonada,  e o pescador a lamentar
a água que morreu.
O cancioneiro canta dia e noite o leito que secou,
dizendo que o boi bebeu, que o peixe morreu...
Em noite de luar, até a  prata o rio perdeu.
A mulher  bonita,  que seu corpo banhou, foi embora, 
nunca mais voltou.
O rio secou...
A cachoeira de nome  mudou, pois a água, que de lá descia,
nunca mais por aqui passou.
O salgueiro não tem  mais as verdes folhas, nem assobia
ao sabor  do vento, deixando triste a rolinha que seu filho 
de sede morreu.
O rio secou, minh´alma chorou, meu amor sumiu.
Sinval Silveira




segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Poema: IMPOSSÍVEL NÃO TE AMAR


Os pássaros trazem recados, lembrando 
o teu lindo olhar, o teu sorriso...
As flores envolvem minh´alma, perfumando
os  caminhos por onde passo. trazendo tua
imagem de mulher !
E as borboletas,  graciosas, com suas asas
coloridas,  aplaudem, me fazendo feliz !
Tudo lembra a tua presença, que  já  não
existe...
Ouço vozes, vindas do céu,  mas não te vejo.
Presto atenção ...
É uma oração, falando de amor e salvação.
Confio nas tuas promessas, mas o tempo vai
passando e aumenta a minha ansiedade.
Somente nós dois sabemos o que foi escrito 
nas águas cristalinas daquele  verão.
As letras  foram morar  nas profundezas do 
mar,  acalentando  uma louca  paixão.
Tu,  já  estás  " lá ". 
Eu, ainda estou aqui, alimentando a esperança
de  te reencontrar.
Mostra-me o "caminho  das pedras"...
Impossível não te amar !











quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Conto poético: UM CONTO MISTERIOSO



Cheguei  aquele recinto para reabastecer
minh´ama, e  reafirmar meus princípios.
Faço isto  uma vez por semana.
As pessoas,  que lá  estão,  me conhecem  
há  seculos...
Bato à porta e  sabem quem  sou, mesmo 
antes de me verem, pois tenho nome genérico.
Conhecem minha batida...
Adentro ao ambiente, solenemente.
Sou  recebido com respeito e alegria no coração !
Alguns não conseguem entrar.
Não aprenderam bater à porta ou  não  foram
convidados.
Disciplina, por lá, é fundamental, bem como
apresentação pessoal.
Só falo quando  autorizado.
O ambiente é grande, do tamanho do Universo,
mas todos me escutam.
Preciso de muito tempo para  assimilar  os 
ensinamentos.
Coisas da vida, da morte  e do amor.
Tudo muito importante...
O trabalho de hoje, como sempre, começou  
com o sol em zênite.
Estou cansado, pois já é meia note.
Hora de encerrar...

Sinval Santos da Silveira






quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Poema: LABIRINTO



Não sei como vim parar aqui.
Creio que segui um sorriso, um aceno ou um 
sonho de amor.
São suaves, estes caminhos.
Amo  e  sou amado.
Por onde passo, falo e  me ouvem  mas, 
também, sou ignorado.
Sonhos,  abraços, mãos estendidas  e  outras 
recolhidas, me fazem chorar e sorrir !
Olhares opacos,  Vaias,  mas os  aplausos
me assustam.
Os labirintos  são confusos e difusos.
Abalam minhas emoções.
Fico perdido e procuro  uma saída.
Não me permitem sair.
Resta-me  o calor da lembrança,  o consolo
da esperança e o brilho de um doce olhar, que 
me trouxe  a este lugar.
Sigo  uma  voz   que me  acalma  no  exílio. 
Finalmente, decifro...
O  labirinto  reside em minh´alma !