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quinta-feira, 24 de março de 2016

Poema: SOB O OLHAR DA RIBALTA


Deixo que role por minha face, esta 
lágrima tão amiga.
Procura a alegria, que se perdeu no  
mundo das decepções.
Por onde passa, geme a  dor do
abandono, liberta o grito da saudade,
depositando  recados e pedindo perdão, 
sem  haver pecado.  
Retorna, sem  partir, na esperança de 
encontrar quem foi embora.
Molhando o caminho por onde passa, 
enxerga as  cenas do passado,  ouve 
vaias,  aplausos,  risos frenéticos e  
olhares desconfiados.
Persistente, lava a minh´alma e é recebida 
com carinho...
Faz as suas confissões, reclama das 
paixões e das traições.
Fala de saudade, não se conforma com
a maldade, que  feriu meu coração.
Atenta, retorna  aos meus sentimentos, 
sob  o olhar intenso da ribalta, aplaudida
por minha  gratidão !













sábado, 19 de março de 2016

Poema: A FECUNDAÇÃO DA ALMA



Um corpo parecendo sem  vida, vazio...
Nada falava, nem o olhar refletia.
Movimentos travados, mal se mexia.
A infelicidade, nele residia.
O amor ausente, era o carcereiro
  sem piedade, o estímulo da maldade.
Silenciosamente, como uma sombra
angelical, nas entranhas da sua alma,
uma semente  se plantou.
Fecundou  o amor !
Criou vida o corpo sofrido, voltando o 
brilho aquele olhar sem luz.
Sorriu  o  rosto sisudo, e a alma,
finalmente, se abriu.
Fecundada, sem a prenhez do corpo
 estufado, trouxe de volta a  vida que 
quase se foi.
Renovado,  retorna a alegria de quem a 
morte  enganou.
Foi embora o carcereiro da maldade, 
colocando em liberdade, a felicidade
que a fecundação da alma  sentenciou  !
 
 
Sinval Santos da Silveira
















sábado, 12 de março de 2016

Conto poético: O DONO DO SEGUNDO UNIVERSO



Um homem de aparência  simples, olhar
contemplativo no horizonte do oceano, 
despertou  meu interesse.
Sentado, confortavelmente, exigiu-me toda a 
atenção para o desenrolar de uma boa conversa.
Antes, cumprindo um longo ritual,  deu
 uma gostosa pitada num cigarro de palha.
Nem sei o seu nome. 
Deve ter um nome...
Todos temos um nome.
Falava muito bem, para um ser vivente 
naquele lugar tão ermo.
Assustou-me, quando disse:
" Moro aqui, só,  há muitos anos.
Alimento-me do que produzo numa pequena 
lavoura, e do que pesco naquele imenso mar.
Ninguém é mais feliz do que eu.
Há quem diga que sou um ermitão.
Não sei, não. Tenho as minhas dúvidas.
Possuo tudo o que alguém deseja.
Terras, que nem conheço, e mares em que, 
jamais, naveguei.
Ilhas com mansões, lindas mulheres que falam
 comigo sempre que quero. 
Visitam-me todas as noites.
Chegam nos meus aviões, pousando no aeroporto
 que fica logo ali, atrás da minha casinha.
Trazem convidados mencionados por mm, 
meus amigos do  peito, e que moram nos
 meus domínios. 
São os que não me reconhecem como louco...
Todas as noites o meu salão de festas fica lotado.
Divertem-se, riem do primeiro  Universo
 e tem compaixão das pessoas que vivem por lá.
Aqui, é só felicidade  !
Todas as pessoas  que me conhecem, 
classificam-me como louco, ou como poeta.
E o senhor, o que acha ? "
Dei-lhe um abraço muito fraterno. respondendo
que ele  é um homem  especial, um 
autêntico dono
  do  "segundo  Universo", um lindo poeta  !

Sinval Santos da Silveira





quinta-feira, 3 de março de 2016

Poema: A AMANTE DOS DEUSES


Soterrada pelo lixo,  desfigurada sem  piedade,
e vítima da maldade, em dormência permanecia.
Já frequentou a nobreza, foi admirada por sua beleza, e 
desejada pela pobreza.
Por mãos piedosas, retornou ao aconchego 
da terra...
Deu vida aos seus rebentos, flores brancas
soltas ao vento, acolheu abelhas aos milhares.
Ramagens atrevidas, cobrem as árvores 
coloridas, tomando conta do lugar.
Agora, cachos de uvas rosadas, dominam os jardins dos meus sonhos !
Alimentam os passarinhos, e saciam desejos 
dos  vizinhos.
Servem de palco ao canto das  cigarras,
aguçando a imaginação dos poetas !
É visitada pelos Deuses, atraídos por sua doçura.
HERMES, não perde tempo, vai ao Monte Olimpo
e espalha a novidade...
Ouvem-se gritos, gargalhadas e  assobios, num
frenesi de intensa alegria,  brindando o ressurgimento da vida.
BACO se embriaga. estufa a pança, brinca e 
dança na madrugada, querendo AFRODITE conquistar.
CRONOS, radiante, sente orgulho  do  pomar !
Faceira, a  feliz parreira  brinda os seus
amantes, Deuses tão  importantes !
Sinval Santos da Silveira