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quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Conto poético: AMOR EM COMOÇÃO




Madrugada.
Fria madrugada !
Os pássaros noturnos sobrevoam as águas
bravias dos costões, não dando trégua aos
cardumes, que brilham à superfície, sob à luz
intermitente dos relâmpagos no horizonte.
O predador maior, de chapéu de palha à cabeça,
olhar fixo no movimento da maré, tem
 a sua atenção quebrada pela  angústia de um grito
de mulher.
Chora, à beira da loucura, sem perder a ternura,
num redemoinho de sofrimento. 
Comovente !
Distante, observo e me assusto...
Os gritos se misturam, agora,  aos trovões
 da tempestade, trazendo a dor, o medo  e a saudade.
Imagino a intensidade daquele amor, e quem
poderia  merecer tamanho clamor...
Ah, vida !
Por que não me ofereces um amor assim, 
repleto de mistérios, desejos, redemoinhos
 de alegrias  e gargalhadas  de felicidade ?
Meus braços estariam eternamente abertos,
transformando o frio da  madrugada, num
ardente  amor !

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Conto poético: CAFÉ COM AMOR



Conversei, hoje,  com um velho amigo.
Vi  tanta felicidade em seus olhos, que
resolvi aprisionar, nestas poucas letras, 
as  emoções que me passou, ao me dizer
com um largo sorriso:
" Estou convencido de que a felicidade  
pode estar em qualquer lugar.
Uma caneca de café, adoçada com um 
meigo olhar, se transforma num lauto 
jantar.
Um gesto de carinho, é  tão  lindo quanto 
canto do passarinho, na  primavera  a
festejar !
Aquela alma de mulher envolveu meus 
sentimentos, sem uma palavra sequer.
Não me recordo do que havia na mesa
além do beijo e do carinhoso abraço,  
como  provas do  seu amor ! 
Nem sei se toalha havia, pois seu lindo rosto,
o tempo todo, me  seguia " !
Ah, velho  amigo, deixa que, por ti, escrevo 
eu, e não enxugas essas lágrimas, são 
testemunhas  do  que aconteceu.
Bem sei o nome dela, mas a ninguém  contarei.
São segredos da vida, realidade por enquanto
proibida, que guardarei em meu coração !

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Conto poético: ENTRE UM DRINK E OUTRO






Ela me olhava.  
Eu, tímido, enrubescia e de vergonha tremia, com medo 
do seu olhar.
Tão linda e nem sei porque me olhava.
Por piedade, quem sabe.
Sentia felicidade em poder desfrutar da sua distinção.
Ela bebia, eu não !
Entre um drink e outro, beber, eu fingia.
Mas, seu olhar eu não perdia.
Finalmente, levantou a sua taça, numa 
oferenda delicada para brindar.
Nobremente, pediu-me licença para sentar-se
a minha mesa. 
Desdobrei-me, para ser um cavalheiro.
Naquele momento, foi ela quem enrubesceu, talvez
 por surpresa do merecido tratamento.
As taças, faceiras, brindaram. 
Estavam cheias, parecendo falar na linguagem do " tim... tim...".
A dela, com uma mistura de  revolta e saudade...
A minha, repleta  de amor.
Ao tilintar, afogou meu  jeito simples de ser.
Tão bonita, mas  em sua taça da vida, faltava 
ternura e transbordava rancor.
Estas profundas rugas que, hoje, sombreiam 
meu semblante, são canais da saudade, por onde 
escoam minhas lágrimas, nascidas naquela taça, que
comigo brindou esta amarga vida, entre um drink e outro ! 

Autor:  Sinval Santos da Silveira

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Poema: PERFUME COLORIDO


Saiu  do meio das flores, para me abraçar.
Acariciou-me a face.
Olhou-me  com aqueles olhos miúdos, 
querendo falar alguma coisa...
Exalava  perfume, parecendo oferecer-me 
as pétalas que acabara de beijar.
Tudo, silenciosamente perfumado, como se
fosse  um jardim  voando ao meu redor.
Fazia reverências, conquistando com 
graça a minha humilde atenção !
Beijou-me os lábios, e embrenhou-se no  
pé de jasmim.
Traduzo, então, a sua carinhosa  mensagem:
"Somos do mesmo reino, com  formas diferentes. 
Aceita o meu abraço, meu  perfume e minha
admiração.
Este é o meu jeito de amar.
Tu, versejando lindos versos e, eu, fecundando
as flores para o teu amor conquistar ! "
Linda e sedutora borboleta, de asas abertas  és 
o  perfume dos meus  sonhos coloridos !