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quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Poema: AS MIGALHAS POR TESTEMUNHA


Li, em seus olhos, o que restou daquele
intenso amor. Nada !
Olhei o passado,  lembrei as  juras sem 
pecados, as lágrimas  de  ternura, na alegria 
de amar.
Senti-me desprezado, pelo mundo 
abandonado, sem um chão para deitar
este corpo cansado.
Nada mais  poderia lhe oferecer, além de 
um  puro amor.
Muito pouco, achou !
Esqueceu o vento perfumado, o acalento
do abraço, a emoção dos recitais poéticos,
a ela dedicados.
Fui trocado por um  sorriso encantado, que
só Deus sabe, vindo de quem.
Vejo as mágoas a rolar, no olhar confuso
de  quem  tudo deduziu, à  luz de um ciúme doentio.
À sombra dos ressentimentos, não se lê os
pensamentos, nem a força do bem querer.
Pelo chão, as migalhas do que restou, testemunham
 uma profunda dor !



terça-feira, 20 de outubro de 2015

Poema: A CELEBRAÇÃO DO PECADO




Os segredos profundos de minh´alma, nem a
Deus  confessei.
são pecados, pensamentos  difusos, banhados
 por lágrimas secas.
Até as alegrias estão sepultadas nos porões 
da  vida, ao  sabor das aberrações, apedrejando
a  inocência das paixões.
Nem arrependimento, piedade  ou  perdão,
posso  almejar.
Vou esperar um novo Deus, ainda que seja no olhar
 de um  amor, que haverá de  chegar.
Meu grande pecado, foi ter amado
 a quem meu amor não mereceu.
Foi ter chorado, todas as lágrimas derramado,
por haver embora mandado, quem meu coração
não entendeu.
Foi duvidar da dor, que minh´alma sofreu.
Foi  haver desprezado, por maldade
 trocado, quem  sua vida me  ofereceu.
Acuado, só me resta celebrar o pecado !
 
Sinval  Santos da Silveira

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Poema: AS FOLHAS DO PLÁTANO



Admirável !
Corações entrelaçados, lembrando armas
de guerreiros, em lanças afiadas.
Folhas verdejantes, sem espinhos, com
intenso carinho, tapetando o chão por onde
caminho.
Despencam  mortas, ganham nova vida,
bailando ao sabor do vento,  falando
coisas que não entendo.
Douradas, foram abandonadas pelo calor
do sol. 
Mas, rendição, jamais !
Ninguém se atreve varre-las.
Estão em festa, abraçando a ressurreição e
a beleza do amor,  testemunhando a alegria. 
Vagam, agora, pelas sombras frias  do 
outono. 
Esquecidas nos estreitos labirintos da vida, 
sem o canto das cigarras, encarceram, para 
sempre,  os corações apaixonados, nas lindas 
folhas do plátano.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Poema: A FONTE SECOU


Maravilhosamente, perfeita !
Esculpida, artisticamente, fez de mim um
enfeitiçado escravo.
Eu sentia ciúme até do batom carmim,  que 
parecia beija-la por mim, ao deixar seu 
rastro de fogo ardente, naquela boca que 
julgava ser minha.
Daqueles lábios, só palavras de amor
jorravam,  como um doce aroma de flor.
Todo aquele encanto, hoje é um amargo
pranto, trazendo sofrimento ao meu 
apaixonado coração.
O lindo batom carmim, que eu tanto
 admirava, transformou-se em barreiras sem fim, em 
abismo de cinismo, num império de mentiras.
Do amor,  nada restou.
Hoje, pago o preço do desprezo, da saudade 
e da dor.
No áspero chão da vida,  até  meu rastro me
abandonou.
Tento, agora, consolar minh´alma.
Não há  mais lágrimas, a fonte secou.