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quinta-feira, 25 de junho de 2015

Poema: INQUIETUDE



Emoções fortes e  indomáveis.
Perdas e sentimentos feridos.
E as lágrimas aproveitam para jorrar.
São, por vezes, muito amargas, descendo
pela face, parecendo cascata, sussurrando sem parar.
Nem os olhos conseguem  evitar.
São prantos, causando espanto a quem tenta
estancar.
Represadas no coração, e temperadas na alma, reclamam
 injusta dor, traduzindo uma história de amor.
Seu gemido parece ecoar no infinito, nublando
a  beleza do luar, inibindo o brilho do céu azul.
Entristece o gorjear dos passarinhos, roubando
o perfume da flor.
De tanto sofrimento, até a última lágrima secou !
Seu olhar, sem vida, parece não querer ressuscitar. 
A alma está ferida, mas com imensa saudade
daquele sublime amor.
E se nega a morrer, alimentada pela inquietude
do coração, nas encruzilhadas da vida, à espera
 de uma nova emoção !
 
Sinval   Silveira

domingo, 14 de junho de 2015

Poema: CALABOUÇO



Revolta, gritos e loucas gargalhadas. 
Grilhões, ruídos de correntes, parecendo
o inferno.
Paredes espessas e sombrias.
Não há porta, tampouco janela.
Água  e alimento, também não.
Foi construído para matar.
Prisioneiros sem visitas, condenados sem 
chorar.
Nem as lágrimas são vistas, nem  ouvido
se dá.
Murmúrios e gemidos, reclamando do 
castigo.
É proibido falar de amor.
Lá dentro, inimigos ferozes causam medo.
Eu sinto medo.
Ah,  vícios  humanos, não merecem outro 
lugar !
Acorrentados, sem perdão, expulsos do meu
coração.
Aqui fora, somente  virtudes e o brilho intenso 
do sol, regendo uma  orquestra
 sinfônica de passarinhos.
À noite, chega a visita
 faceira da  lua cheia, prateando
 a minha Terra,  pintando lindas
estradas nas lagoas, nos rios e no mar.
Ao amor, a vida brindará !
No calabouço, o mal sucumbira....
 
 
 
Autor:  Sinval  Silveira

sábado, 6 de junho de 2015

Poema: PENSAMENTOS CONFUSOS


Ando por estes caminhos.
São estradas e trilhas, sem fim...
Nas margens, não há ninguém, vozes,
ou espinhos.
Pétalas de rosas, também.
Creio que nem margem existe. 
Pura imaginação.
Mas, procuro por alguém, talvez no final
do caminho, se houver fim...
Por enquanto, só procuro. 
Meu fiel cajado, não se afasta de mim,
apoiando este corpo já cansado.
A esperança me alimenta, dá-me forças de 
prosseguir.
Não desisto de encontrar quem jamais vi,
além dos meus sonhos.
Somente eu, sem aplausos, sou protagonista, plateia e artista.
sou caminho, estrada e trilha da minha vida !
E na bagagem, nada, além de pensamentos
confusos...


segunda-feira, 1 de junho de 2015

Poema: Poeira




 Quero falar  de ti, com todo o respeito.

Foste corpo, hoje és fragmento, nem

sei do que.
Desforme,  vieste  nas asas do vento, 
parar neste lugar.
Não sei o que procuras.
Talvez, voltar a ser uma flor,  um pedaço
de chão, ou chamar a atenção de um 
poeta, cheio de emoção...
Todos te rejeitam.
Mas eu te respeito, poeira da minha Terra.
Desconfio que  sejas partícula do meu 
grande amor,  que partiu, há muitos anos,
prometendo voltar.
Em ti, sinto o perfume, o jeito carinhoso 
e delicado daquela mulher.
E me olhas com ternura, parecendo
falar de amor. Ela também...
Então, escuto o que dizes, pedindo para 
ficar.
Preparo os teus aposentos em minha   
taça de cristal, protegida pelo altar da 
saudade e rezo, pois acabas de 
cumprir a tua promessa de voltar !

 Sinval Silveira