Impossível, defini-la.
Santa, certamente não, pois seria muito pouco.
Fico emocionado, em relembrar esta história.
Alzira, posso garantir, veio ao mundo por um
equívoco da natureza.
Ninguém pode ser tão generosa, e pura.
Desprovida de ciúme, maldade, e ambição, fazia
do seu coração a morada da resignação.
Simplesmente, admirável !
Trazia estes predicados, em seus olhos estampados.
Em sua alma, a alvura da inocência, a bravura de
mulher.
Doadora de sangue, foi além.
Do seu corpo sagrado, transferiu ao sobrinho amado,
um pedaço que Deus lhe deu.
Com um sorriso naquela face serena, referindo ao
seu amor, a mim, confidenciou:
" Ele sai todos os finais de semana, para se divertir
com os amigos. Nada questiono.
Não quero, e não posso interferir na sua liberdade.
Retorna no domingo, já no final da tarde, exausto.
Eu disponho deste tempo para limpar, arrumar a
casa, e costurar para alguns clientes, ajudando no
orçamento familiar.
Não posso vê-lo triste. É o amor da minha vida."
A natureza percebeu que o ser humano, ainda não
estava preparado, para conviver com uma criatura
tão pura, e a levou de volta, prematuramente...
Nunca a esqueci, embora tantos anos já se passaram.
Hoje, faço comparações, procuro nas multidões, e não
encontro outra "Alzira ".