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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Conto poético: FELICIDADE PROGRAMADA

Nas minhas boas e saudosas épocas de  banco escolar,
presenciei uma história profundamente humana.
Era  um corpo docente, formado por excelentes professores.
Maria Salete, era uma delas.
Dedicada professora mas, também, uma bela mulher.
Encantadora mulher !
Chamava a atenção, até mesmo, dos adolescentes,como eu.
Era casada, e possuía quatro belos filhos. Mas, felicidade, só
aparente...
Seu coração  descompassava quando  à frente de um colega,
também, professor, de nome Marcos.
Um homem inteligente e cavalheiro. Admirado pelos alunos, e
demais `colegas  daquele educandário.
Marcos, também, era casado, e possuía três filhos, todos ainda
pequenos.  Porém,  não escondia uma profunda tristeza em seu
olhar. Não era feliz em seu casamenteio.
Apenas, responsável.
Seus olhos, sempre voltados para Maria Salete...
Uma inevitável conversa, finalmente, ocorreu.
Confessaram-se apaixonados.
Manteriam-se à distância, até que seus filhos fossem
encaminhados na vida, para não prejudicarem a sua formação.
Quando tudo estivesse no seu devido lugar, abandonariam o
"ninho", e formariam um novo, ainda que o tempo já houvesse
passado.
E  o tempo passou...  mais de trinta anos.
Ambos, cada vez mais ansiosos por uma nova vida !
Para potencializar as emoções,  já à flor da pele, combinaram
"fugir",  à moda antiga, na madrugada, ao "cantar do galo".
Cada qual, com uma trouxa de roupas, sem malas, e pulando a
janela da casa.
Foi emocionante,  vê-lo  no portão da casa dela, de braços abertos,
amparando a sua amada, que demorou mais de 30 anos para
chegar...
Já se passaram sete anos.
 Sete anos de plena e radiante felicidade,...

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Poema: AMOR DA MINHA VIDA

                 
 
É madrugada.
O tempo, ameaçador, traz a voz da natureza.
Protegido, observo a vida.
A vegetação sente medo. 
Curva-se,  parece prestar reverência, como as ondas
à areia da praia.
Nesta Ilha, tudo é água. O que me  cerca, e o que vem
do céu...
Sinto-me frágil, em perigo. 
Sou dependente deste abrigo, e meus sentimentos,
daquela mulher.
Vejo  nos olhos dela, o brilho que ilumina a minha vida.
Ausente, não sou nada, apenas mais um homem  na
madrugada. 
Também presto  reverência  e,  por dependência, me
curvo diante deste amor.
O vento, forte e persistente, invade o meu   ambiente,
trazendo o  aroma da sucena.
É o mesmo perfume dela !
Abraçado  à  imaginação, garimpo a  esperança deste
amor.
Agora, amanhece !
Foi embora a madrugada e, com ela, a tempestade,
dando lugar à saudade.
Meu orquidário  floresceu como nunca, trazendo de
volta as  orquídeas, tão  belas quanto as rosas
amarelas, rainhas do meu jardim. 
Que  interessante ! 
Nasceu uma  orquídea híbrida, deslumbrante, cheirosa e  
desconhecida ! 
Vou batizá-la, carinhosamente,  com o nome  dela :
 "Amor da Minha Vida" !
 
 

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Poema: BORBOLETA VERMELHA

Hoje, me rendi a esta saudade, que abala o meu
coração. 
Preparei aquele  leito, com tanta ansiedade !
Troquei os lençóis, várias vezes,  porque nenhum
deles merecia estar com ela.
Revesti tudo com hortênsias, as mais lindas que
pude colher nas estrelas.
Estendi rosas nos corredores, para indicar o seu
caminho, e pedi aos passarinhos, que cantassem
nos seus ninhos, canções que louvam este amor.
O sabiá laranjeira, pousou na soleira da janela, e
cantou a  noite inteira, sob a luz prateada do luar
Sobre o travesseiro, uma bela rosa amarela...
esperando merecer  o seu olhar.
Na mesinha de cabeceira, lindas orquídeas, para
celebrar a beleza deste profundo amor.
O chão, recoberto com pétalas de rosas,  aguarda
os seus pés angelicais.
Transformei aquele aposento num jardim florido, à
espera dos seus  belos olhos coloridos.
Quero tomá-la nos meus braços, sem nada falar.
Somente  as emocionadas lágrimas, lhe darão as  boas
vindas,  em nome do coração.
Finalmente, a  borboleta vermelha, ficará  de asas
abertas, a noite inteira, exalando o perfume da sucena,
até o dia  clarear !

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Conto poético: A MORTE DE UM MOTEL


À margem de uma rodovia, nesta minha  bela e
formosa Ilha, observo o movimento  intenso de
uma demolição.
Parece  um formigueiro humano, utilizando 
máquinas pesadas.
Uma densa nuvem de poeira,  coloca em risco os
veículos em trânsito .
É um prédio horizontal, enorme e muito conhecido.
Abrigou, por muito tempo, mais de  40 anos, o
primeiro  motel desta Ilha.
As pessoas ingênuas,  nem  entendiam,ao certo, o
que  era um "motel".
Foi uma grande novidade, à época de sua inauguração.
Estacionado, próximo, comecei a meditar o que
poderia significar aquela demolição, além da natural
valorização da área.
O barulho das máquinas, mistura-se à história.
Ouço suaves  sorrisos, gargalhadas, gritos histéricos,
tilintar de copos, comemorando de tudo.
Naquela poeira, vejo as emoções.
Dezenas de apartamentos luxuosos, abrigaram, no
silêncio da absoluta  intimidade, o amor,  na sua maior
expressão do desejo, da aventura, da traição, da
leviandade, do engano, da mentira, da diversão, da
maldade, das ilusões e desilusões, das promessas
sinceras e falsas.
Ah, se aquelas paredes pudessem falar...
Quantas  paixões, em  poeira  se  transformaram,
e as provas apagadas. Agora, caladas para  sempre.
No ar, apenas as lembranças, doces e amargas, como
as bebidas ingeridas, e  o amor desfrutado...
Mas, agora, somente lembrado !

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Homenagem

Ser homenageado é algo maravilhoso
Nos estimula,nos impulsiona
Ver nossos versos sendo elogiados
Por pessoas tão talentosas  é
sem dúvida nenhuma
GRATIFICANTE !

Agradeço de coração a todos meus leitores amigos
e seguidores pois sem eles nada disso estaria acontecendo.




NORMAS A SEGUIR
1 -  Agradecer  ao blog, que te premiou.
Obrigado blog http://iaravilella.blogspot.com.br/


2 - Partilhar 7 coisas sobre ti,

para te conhecerem melhor.

   coisas que gosto
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Pescar
Pássaros
Flores
Viajar
Ver televisão
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http://elaine-dedentroprafora.blogspot.com.br/
http://reginahelenafreu.blogspot.com.br/
 Agradeço   o carinho para comigo... e peço que fiquem a vontade para aceitarem ou não o premio.

sinval

PREMIO DARDOS

Estou honrado e feliz por ter sido escolhido para receber este Premio tão almejado e prestigiado  junto  ao mundo dos blogues na web .O objetivo deste selo, o próprio criador explica em seu post: 
“Com o Prêmio Dardos se reconhecem os valores que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letra.

 De acordo com as regras devemos exibir a imagem do selo no blog
colocar o link  de quem se recebeu e  escolher outros blogs para receber o SELO DARDOS.
Quero agradecer ao blog "Meu Céu da Felicidade" pela indicação.
Precisei fazer uma escolha ao acaso ,pois muitos ,são os merecedores.

vendedordeilusao.blogspot.com
 http://paraseduzir.blogspot.com.br 
 http://sfborboleta.blogspot.com.br/
 http://danysempre.blogspot.com.br/
 http://cheiro-de-poesia.blogspot.com.br/
http://rosesousacoracaodefera.blogspot.com.br/
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
http://poramorr.blogspot.com.br/(Pedro)
http://menina-voadora.blogspot.com.br/
http://iaravilella.blogspot.com.br/
 http://magiaprazer-quasarh.blogspot.com.br
 http://cronicasdeumameninafeliz.blogspot.com.br
 http://auroraseocasos.blogspot.com.br/
http://dependentwomen.blogspot.com.br


Desejo que todos fiquem a vontade para receber ou não.
Obrigado .


Sinval


 
 

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Poema: OS UMBRAIS


Senti medo.
Decidido, ultrapassei os limites daquela
mulher.
Observei sua tristeza no olhar parado, sem
vida.
Era a despedida. Cruel.
Somente as lágrimas se moviam, rolando
por sua face e  obedientes à dor, pela perda
do  seu amor.
Fiquei  imensamente compadecido.
Meu coração oprimido, vendo aquele rosto
sofrido, quase  parou.
Seu corpo,  apoiado  à parede, parecia pedir
socorro, não querendo  a despedida.
Não olhei para trás, e cruzei os umbrais da
vida.
Fui embora,  para nunca mais voltar.
Na bagagem, somente o que era meu.
Mas, misturado aos confusos sentimentos,
levei, por  distração,  as  lembranças,  a
saudade e, quem sabe,  o inconfessável...
e até o inefável.
Não podia imaginar que estas coisas, que
pareciam sem  importância, iriam me  sufocar.
Agora sei, não estavam na bagagem mas, sim,
no coração... mesmo já acabada a paixão.
Ao cruzar aquele portão, a aragem fresca da
liberdade varreu, para bem  longe, o sabor
amargo do rancor, trazendo de volta o mais
doce amor !

domingo, 21 de outubro de 2012

Conto poético: SÓ FALTAVA CARINHO...


Por um longo tempo, observei  as atitudes de um homem
muito rude.
Trabalhava para a comunidade de uma praia, localizada
nesta bela Ilha.
Possuía uma carroça, com tração animal, fazendo fretes
para os moradores, o que permitia a sua sobrevivência.
O cavalo trabalhava o dia inteiro e, somente à noite, era
alimentado.
Dormia ao relento, sem uma cocheira que o protegesse
das intempéries.
O carroceiro o espancava, costumeiramente, com
chicotadas impiedosas.
O lombo do pobre animal, era uma chaga exposta.
Dizia, o Senhor Aguiar, que aquele cavalo somente
obedecia  "no chicote".
Muitas brigas arrumou com os moradores, e queixas na
polícia,  pelas agressões.
Um  ser  insensível.
Mas a vida é dinâmica, e aquele homem adoeceu,  
seriamente.
Nunca mais pode trabalhar.
Seu cavalo,  "sultão",  foi vendido a um outro
carroceiro da região.
O  novo dono,  tratou do animal como devia.
Consultou a um  veterinário, curou as feridas, 
construiu uma cocheira, onde o alimenta, e o protege.
Não usa chicote, e trata o animal com  respeito, e
carinho.
Nunca mais gastou na compra de alimentos, pois
a comunidade, embora pobre, é quem custeia  estes
gastos,  com doações, em troca de eventuais "fretes".
A criançada  fica encantada, ao ver sultão obedecer
 a suave ordem do seu dono, ir até a baia buscar os
arreios, depositando-os aos seus pés.
Numa segunda ordem, também suave,  entra  nos
varões da carroça, para aguardar o encilhamento.
Um verdadeiro show,  fruto do carinho e da gratidão... 
 

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Poema: DELÍRIOS DE UMA PAIXÃO

Adormeço, pensando naquela mulher, dona do meu
coração.
Todas as noites, é a minha oração.
Ouço, na madrugada, passos lentos em meu quarto.
Sinto que são delicados, quase flutuando.
Presto atenção. Talvez  seja mais um sonho.
Delírios, saudade, crises de ansiedade.
Mas estes  passos... tenho certeza, são dela.
Sinto, até, o seu cheiro.
Sua respiração parece me afagar.
Ah, esta louca paixão, tão acentuada pela cruel
solidão.
Agora, o silêncio é quebrado pelo ruído da porta,
denunciando a sua presença.
Sinto  medo de ser, apenas, a imaginação, mas a
vejo passar a minha frente, vestida de anjo, toda
de branco.
Parece  um divino ritual,  tamanha a suavidade.
Procura  por  meus  braços.
Balbucia palavras que não entendo, parece
confusa.
Tento levantar da cama. Não consigo.
Creio ser mais um delírio,  fruto deste alucinante
amor.
Do meu desespero, ela  sorri...
Abandona a aparência de anjo, transforma-se
na mais linda das mulheres.
Vestida de  encarnado, transparente, da cor do
pecado, solta os cabelos negros...
Com um olhar brilhante, abre  os  braços e vem
em minha direção...
Não estou.
Somente minh' alma, está.
Adormeci... foi mais um delicioso delírio...

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Conto poético: UM HOMEM CHAMADO ARI

Filho mais velho, de um total de sete irmãos.
Família digna. Nascidos todos nesta Ilha.
Pobres. Paupérrimos.
O "cabeça" desta família morreu, prematuramente,
deixando ao desamparo a viúva, e  a sua grande
prole. 
Três meninos,  e quatro meninas, na mais tenra
idade.
Ari, era o mais velho mas, ainda, adolescente.
Trabalhou duro e intensamente,  substituindo o
seu  pai, na condição de "arrimo de família".
À medida em que seus irmãos cresciam, também
iam ajudando os mais moços.
Todos na escola.
Era a palavra de ordem do irmão mais velho,
amigo, mas austero.
Seus seis irmãos se formaram em cursos
superiores. Menos ele. Não lhe restou tempo
para estudar... e nem para formar uma nova
família. Só trabalhar, era o seu compromisso.
Quando cumpriu sua nobre missão, sua mãe
partiu  para sempre...
Ari, foi morar na periferia, sozinho.
Começou outro ato de proteção.
Desta vez, recolhendo cachorros abandonados.
Possuía cerca de setenta animais, que
consumiam sua minguada aposentadoria
previdenciária.
Falecido, foi sepultado no cemitério municipal
desta Cidade, distante cerca de vinte e cinco
quilômetros, de onde residia com os seus cães.
Cumprindo uma obrigação social, estive no local,
e presenciei a existência de um belo cachorro,
que se nega a deixar o ambiente, permanecndo,
dia e noite,  ao lado do seu antigo protetor.
Gratidão ?
Mas é só um cão, e novamente abandonado.!
Aguarda a chegada de um outro "Ari ",
construído somente de amor.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Conto poético: CONFISSÕES DE UMA ADÚLTERA



Da janela do meu escritório, observei, por muito tempo,
uma mulher pedinte, vagando solitária pelas ruas
da minha querida Cidade.
Não sei porque, talvez pelas expressões corporais,
imaginava ter uma historia de vida, que pudesse justificar
aquele abandono, aparentemente, tão triste.
Chegou o inevitável dia.
Convidei-a para comigo lanchar, em meu escritório.
Meio desajeitada, quem sabe, ressabiada, ascendeu
ao meu convite.
Uma pequena mesa, especialmente  preparada,
permitiu-me olhar em seus olhos, bem de perto.
Suas mãos maltratadas, ou descuidadas, revelavam
uma mulher sofrida, testemunhada pelos profundos
sulcos, que delineavam a sua face.
Seu sorriso,  abandonado pelos maus tratos, já não
expressava alegria. Só saudade... ou tristeza, analisava
eu.
Estava com fome. Muita fome.
Contou-me sua história de vida.
Inacreditável, meu Deus !
Foi bem casada com um empresário.
Vida farta.  Conforto, também.
Seu marido, um homem dotado de todas as virtudes.
Respeitado. Fraterno.
Um funcionário da empresa,  a envolveu num processo
de sedução, sem precedente.
Contou-me:
"Amei profundamente aquele homem, como nenhuma
mulher, jamais tenha amado alguém.
Foi uma traição das grandes, sei. Durou pouco tempo.
Claro, meu marido demitiu o funcionário e, eu, fui
embora. Não  discuti direito algum.
Vivo nas ruas, longe da minha Cidade.
Ainda nutro a  esperança de encontrar aquele homem.
É  o meu grande amor...
Todos os anos  do meu casamento, não  valeram  os
poucos dias da mais saborosa aventura,  de que desfrutei.
Sou muito feliz, desta forma, pois  vivo das doces e
maravilhosas lembranças, de um grande amor, que
valerá por toda a minha vida.
NA rua, sinto o cheiro dele. Na multidão, ouço a sua voz."
E eu, não encontrei palavras para consola-la, pois
percebi que, apesar de tudo, estava feliz... muito feliz.
Seus olhos,  brilhantes, são testemunhas .
Incrível, mas o amor é mais forte do que o infortúnio,
ainda que sobrevivendo, apenas, da esperança...

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Poema: A EXPULSÃO DO POETA


Daquele  amor, maravilhosamente lindo, tudo
restou, além das lembranças.
Impressiona-me o teu olhar, sereno como as
noites enluaradas de outono.
Invade minha varanda, o suave  perfume da
tua alma de mulher, leve como plumas soltas
ao vento.
Sinto-me dominado, abraçado pelo amor que
no meu coração habita,  dando vida a minha
existência, colorindo os meus sonhos na
madrugada.
Bendito é o teu ser de alma pura, expressando
toda a ternura, de quem nasceu só para amar.
Não conseguindo o poeta, de sua caneta tirar,
os mais lindos versos, que pudessem  o meu
amor expressar, fui aos astros buscar as mais
cintilantes estrelas, para te ofertar.
Com elas, construí  um  brilhante colar, para
o  teu lindo colo enfeitar.
E o poeta, ciumento, tenta te conquistar, para
os seus versos inspirar.
Preciso, urgentemente,  expulsar esse tal de
poeta do meu caminho,  antes que ocupe o teu
ninho, fazendo sofrer o meu coração.
Ah,  poeta amigo, não faça isto comigo,  estou
amando esta mulher !
Prometo, aos pés dela, ler os teus apaixonados
versos, enxugar as tuas sofridas lágrimas, e a
tua doce alma, consolar.
Deixa-me, somente eu, aquela mulher, amar !
Para ti, não há lugar.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Conto poético: ANJOS NO INFERNO


Minha querida Terra, esta Ilha encantada e encantadora,
tem muitas histórias a contar.
Década de 40, e até mais anterior.
Pessoas simples, ingênuas até, que jamais saíram  para
muito longe dos bairros em que moravam.
A mobilidade era lenta e precária. Época em que carregador
de malas  era profissão, e para gente forte...com destaque,
e chamadas pelo nome !
De tudo acontecia por aqui. Tudo mesmo.
As notícias, as mais variadas, corriam de  "boca em boca", e
com a velocidade do vento sul.
Conversei muito com pessoas daquela época, e  tomei
conhecimento de histórias pitorescas...
Aqui há uma localidade, hoje centro, chamada "Morro do
Laporta".
Vista  cinematográfica,  da Ilha e do Continente.
Residir naquele lugar, é um  privilégio.
Naquela época, instalou-se, numa das belas residências,
uma boate de altíssimo nível.
As mais lindas "bailarinas" do País, vieram para cá, encantar
os "bacanas" da Cidade.
Executivos, públicos e privados, verdadeiros pavões de
plantão, para atraírem suas prêsas, eles a impressionavam
com demonstrações de  extravagâncias.
Por exemplo, acendiam o charuto, queimando  altas cédulas.
As moças ficavam encantadas, deslumbradas, pois  nunca
haviam presenciado tamanha imbecilidade.
Que vergonha !
Contam que um desses pavões subiu, de joelhos, o trecho
mais  alto do morro, como demostração de amor a sua  bela 
dançarina.
Foi acometido de um ataque cardíaco. Não houve tempo
para socorre-lo...
A dançarina reagiu com bom humor, ao  declarar que aquele
ambiente não era para "anjos"...
Ficou famosa, e aumentou a sua "clientela".
Ah, minha querida Ilha !

sábado, 6 de outubro de 2012

Conto poético: AS PANDORGAS MORAM NO CÉU


Sentado ao pé desta montanha, admiro a densa
vegetação.
É  outro mundo, parecendo o céu pintado de verde.
Os poetas dizem, e com toda razão, que a plena
beleza da montanha, somente é vista por quem está
de fora.
Já estive lá. Não sabia que era tão bela, daqui olhada.
Mas, de onde estou, não ouço o cantar dos pássaros,
nem sinto o aroma das orquídeas, e o cheiro doce
das frutas.
Sei que estão lá. Sinto saudade daquele lugar...
Da fonte de água fresquinha, nunca mais bebi, nem
sei como está.
Esta montanha me viu nascer, ao amanhecer de
uma linda  primavera!
Quem me dera voltar às tantas e tantas coisas,  que
julguei sem importância, hoje fazendo parte das
minhas lembranças, pedaço da minha infância, que
muita falta me faz.
Da minha "fábrica de pandorgas", restou o meu sócio,
chamado  "vento", que vinha do norte, do sul, e de
todas as direções.
Como eram belas, coloridas, feitas de papel, e varetas
de  bambu, todas enfeitadas com fitas.
Subiam  às estrelas  levando  recados, e  trazendo
esperança, iluminando o coração daquele menino
pobre do morro...
Foi tanta felicidade, que algumas mensagens comigo
ainda moram,  por falta de espaço nos caminhos do
meu chão.
Hoje, ainda vejo nas noites claras de luar, vagando
como as estrelas cadentes, as minhas pandorgas, por
mim a chamar !

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Poema: SUBLIME AMOR


É primavera.
Teu corpo cheiroso, misturado a um desejo
misterioso, não me deixa sentir o perfume das
flores.
És a própria  estação,  o ano inteiro florida,
o jardim da minha vida !
Nos canteiros, somente as flores que desejo,
exalando o aroma  suave da  paixão.
Os colibris, como eu,  beijam tuas pétalas,
saciando a sede e a fome. 
De felicidade, tu sorris.
Sinto-me  preso ao  teu viscoso polem, como
as abelhas, escravas da tua nutrição.
Já não pode pulsar o meu coração, sem o cheiro
doce desta paixão.
Trago no bolso as pétalas mais cheirosas,  para
nutrir minh'alma dependente, que já não pode ficar
ausente, diante de tão bela criatura.
Enciumada, percebo a primavera perdendo a sua
ternura, ofuscada pela candura, do teu sedutor
olhar.
Entendo, agora, a  aflição da frágil abelhinha,
esvoaçando o pé do jasmim branco, para levar  à
rainha, a oferenda do seu amor.
Agarrado ao teu perfume, sigo o meu caminho,
abastecido de tanto carinho, que não importa em
que estação da vida estou, pois  ouço, dia e noite,
o canto dos passarinhos, anunciando a presença
deste sublime amor !

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Poema: A DANÇA DO AMOR

  Irresistível,  o desejo de estar próximo a ti.
Inexplicável, o prazer de te ouvir.
Incansável, a tua presença.
Não sinto falta das flores, quando estás, pois
tua alma, é a  alma da  primavera.
Extenuante felicidade de querer a vida
viver, de sorrir a beleza da alegria, chorar
a emoção do amor, na felicidade do coração !
Ah, doces lágrimas de tão belos e felizes
momentos, de um  amor que se agiganta,
e da vida apenas canta, os versos de amar.
Para a tristeza, não há lugar.
Parecendo um coral de vozes  afinadas,
ressoando na madrugada,  o grito prazeroso
do amor, o desabafo da alma feliz,  fazendo
renascer a inspiração  dos poetas.
Desabrocham as flores, cantam os pássaros,
cessa  o vento, para te ouvir.
Toda a natureza  se rende aos teus pés, num
ritual de reverência à beleza.
Desfruto  da nobreza  de comigo  estar, na
brandura e na ternura do teu olhar.
Audacioso, abraço teu lindo corpo e aspiro o
inebriante perfume de mulher.
E no  compasso do coração, te convido para
dançar a mais linda canção!