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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Conto poético: A PEREGRINA MISTERIOSA


A  noite  já estava chegando.
A estação da primavera acolhia uma chuva
fina, e  persistente.
O frio  ainda  se fazia presente,  na bela e
paradisíaca Praia dos Ingleses.
Antes que acabasse o dia, fui à beira do mar,
como sempre faço diariamente.
Percebi que uma mulher, de meia idade, ainda
permanecia no mesmo lugar, em que a encontrei,
no início da tarde.
Sentada, com uma sacola ao seu lado, parecendo
muito cansada.
Ao retornar da praia, lá estava ela, protegendo-se
da chuva,  em baixo de um toldo de uma pequena
lanchonete, e  que só funciona no verão.
Não suportando a curiosidade, aproximei-me
preocupado. Era uma mendiga, como tantas outras,
morando na rua.
Ofereci-lhe abrigo para passar a noite.
Aceitou, mas somente se fosse  num rancho, sem
conforto... não entendi muito, mas concordei.
Às perguntas que lhe fiz, constrangida, não respondeu.
No dia seguinte, seguiu seu caminho, talvez sem
destino.
No ano seguinte, em pleno verão, mês de fevereiro,
parou um carro à frente  da minha casa, e um casal,
simpático,  entregou-me um ramalhete de lindas rosas,
e uma deliciosa caixa de chocolates caseiros.
O homem me abraçou, juntamente com a sua mulher.
Um duplo e fraternal abraço.
Fiquei emocionado, mas sem entender ...
Dadas as explicações, para o meu espanto, a mulher
era a mendiga, uma senhora da classe média alta,
da Cidade de Curitiba, distante desta Capital, mais
de 300 km, de onde veio a pé, sem dinheiro, sem
comida, pagando uma promessa de ordem familiar.
Retornou a minha casa, para agradecer a acolhida
que lhe dei, quando da sua peregrinação emocional...

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