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domingo, 6 de maio de 2012

Conto poético: ESPLENDOR DA INOCÊNCIA





Às  margens do Japurá,  na região  esquerda do
Rio Amazonas, lá estava eu, pesquisando os
passarinhos.
Eram de todas as cores, dando-me a certeza de
ser Deus, um artista plástico,  de especial
grandeza.
todos os  gorjeios, com  notas diferentes, mas  em
perfeita harmonia.
Não me arrisco descrever a plumagem,  diante de
tamanha beleza.
Era uma orquestra,  tão perfeita, que só poderia ser
regida  pelo seu  Criador.
Destoa, porém, um som daquele coral.
Surpreso, procuro de onde vem.
São sorrisos inocentes, por admiração do meu
trabalho. Vejo movimentos.
Incrível !
Duas indígenas de alguma tribo, certamente,
muito próxima.
Tento me comunicar.  Não consigo.
Não falam o meu idioma. Nem, eu, o delas.
São lindas. Cabelos negros, compridos e franjados,
"olhos  rasgados", lábios carnudos, face quase
redonda, e estatura pequena.
Uma formosura !
Sorriem sem parar, da forma como me visto.
A inocência pura, que jamais havia conhecido.
Desprovidas do pecado, parecendo um sonho
acordado...
Felizes. Devem ser muito felizes...
O canto  e as cores dos pássaros, de que tanto me
admirava,  são coisas comuns, aos olhos delas.
Fiquei triste ao pensar, o por que  de não saber falar,
o idioma daquela gente... tantas coisas iria saber !
Mas, finalmente, entendi porque os pássaros cantam,
tão animadamente...

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