Às margens do Japurá, na região esquerda do
Rio Amazonas, lá estava eu, pesquisando os
passarinhos.
Eram de todas as cores, dando-me a certeza de
ser Deus, um artista plástico, de especial
grandeza.
todos os gorjeios, com notas diferentes, mas em
perfeita harmonia.
Não me arrisco descrever a plumagem, diante de
tamanha beleza.
Era uma orquestra, tão perfeita, que só poderia ser
regida pelo seu Criador.
Destoa, porém, um som daquele coral.
Surpreso, procuro de onde vem.
São sorrisos inocentes, por admiração do meu
trabalho. Vejo movimentos.
Incrível !
Duas indígenas de alguma tribo, certamente,
muito próxima.
Tento me comunicar. Não consigo.
Não falam o meu idioma. Nem, eu, o delas.
São lindas. Cabelos negros, compridos e franjados,
"olhos rasgados", lábios carnudos, face quase
redonda, e estatura pequena.
Uma formosura !
Sorriem sem parar, da forma como me visto.
A inocência pura, que jamais havia conhecido.
Desprovidas do pecado, parecendo um sonho
acordado...
O canto e as cores dos pássaros, de que tanto me
admirava, são coisas comuns, aos olhos delas.
Fiquei triste ao pensar, o por que de não saber falar,
o idioma daquela gente... tantas coisas iria saber !
Mas, finalmente, entendi porque os pássaros cantam,
tão animadamente...
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