Águas misteriosas, encobrem esta região do Jutaí.
A cada curva, uma surpresa.
Meu coração bate ligeiro, pelo orgulho de ser
brasileiro, proprietário deste lugar.
Vejo seres risonhos, parecendo um
sonho...
Não pretendo nada. Apenas olhar, quem sabe,
comparar.
Ribeirinhos, amazonenses.
Sinto-me pequeno, envergonhado, diante de
tamanha nobreza de alma.
Perdão. Sou um ser diferente, modificado.
Minhas ambições me afastaram deste mundo, da
verdade pura, da inocência, e da beleza do luar !
Abraçados por Deus, fazem parte do universo,
mesmo distantes do progresso.
Conheci guerreiros e o Senhor Doca, um gigante.
Caboclo valente e honrado.
Um sábio. Amigo da natureza, da vida e do amor.
Sabe muito sobre ervas medicinais, encontradas na
floresta.
Sobrevive da pesca e dos frutos da mata.
É respeitado e amigo dos indígenas, de quem absorveu
grande parte da sua cultura.
Seus filhos brincam juntos, em festividades especiais.
Identificaram todos os pássaros, que fui procurar,
adicionando informações, que nem na universidade ouvi
falar.
Meu Deus !
Agora, me olho no espelho... e me pergunto:
O que de mim restou ?
Certamente, quase nada.
No meu regresso, trago uma riqueza incalculável de
emoções, trocadas pelo meu mais profundo respeito,
e cristalina admiração, por aquela gente tão simples,
cheia de amor !
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