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domingo, 1 de abril de 2012

Conto poético: TRAVESSEIRO GELADO

Uma noite fria, muito fria...
O vento, impiedoso, la fora gemia, implorando
para entrar.
Até o frio, sentia frio. Eu também.
Nem os cães latiam.
Somente as árvores se mexiam, querendo de
lá se mudar.
Em minha cama, apenas  o cobertor  me
aquecia.
As doces lembranças daquela mulher, invadem
meu coração, expulsam o sono, me fazem sofrer
de saudade.
Abraço o passado recente,  falo com a minha
dor, ressuscito todo aquele amor.
Passeio  pelos  lugares, aonde com ela estive...
Volto para o  leito, e não adormeço.
Agora, chove intensamente, e o vento sopra mais
forte, parecendo perder a paciência.
Debocha do meu sofrimento.
Mas não consegue afastar, desta casa, a tristeza.
Finalmente, sou vencido pelo cansaço e pelo frio.
Em posição fetal, adormeço.
Durante a madrugada ouço, por várias vezes, o
galo cantar,  parecendo preocupado comigo.
Pela manhã, a cortina,  sem corpo, permite a luz do
dia entrar, e me faz acordar.
Espreguiço o meu braço  sobre o travesseiro vizinho.
Está vazio, e gelado
Aquele corpo ausente, certamente, foi levar calor a
outro ninho.
Ingrato, esqueceu de levar na bagagem,  toda a minha
saudade que, perdida nas cobertas do meu leito,
comigo ficou...

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