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segunda-feira, 9 de abril de 2012

Conto poético: SOFRIMENTO DE POETA

Na enfermaria daquele hospital,  nada menos que nove
homens.
Enfermidades semelhantes, facilitavam o tratamento.
 O medo, o desconforto, a dor, a saudade e o ambiente
assustador, se encarregavam de arrancar gemidos de
pavor.
A face contraída, traduzia o tamanho da ferida.
Críticas e reclamações, também.
Apenas um deles permanecia  indiferente.
Claro que isto despertou a curiosidade dos demais.
Questionado, deu-lhes uma verdadeira  aula,
dizendo-lhes que:
"a  minha  dor não é maior, nem menor,  do que o
sofrimento dos  que aqui se encontram.
Sei que é suportável.
Além dos remédios, uso outros mecanismos de
defesa, e que me fazem muito bem.
Penso na vida que já vivi, nas coisas boas que
desfrutei, nas pessoas que amei, nas flores lindas
e cheirosas que conheci...
Cada episódio destes, me faz feliz. É como um
filme que assisto de olhos fechados.
Não me concentro nas coisas desagradáveis, pois
não suportaria. Doem muito. Tenho observado nas
reações dos que aqui se encontram.
Experimentem ...".
Os médicos souberam desta historia, porque aquela
ala de tratamento que, até então, era  agitada, passou
a ter um comportamento calmo, diferenciado.
Perguntaram ao cidadão se  era, realmente, um  
psicólogo, como informou a enfermeira chefe, ao que  
respondeu, serenamente:
"sou, apenas, um poeta ".

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