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quarta-feira, 11 de abril de 2012

Conto poético: ÍNDIA DIACUÍ

Alto Xingu-Roncador, coração do Brasil selvagem.
Região temida.
Maior do que o ronco do rio, era o medo implantado
na gigantesca região, inabitada pelo homem branco,
também chamado de "civilizado".
Lendas e boatos corriam soltos, como os vendavais,
indomáveis,  pelas florestas.
Tudo era assustador.
O desconhecido habitava os seus mistérios.
Até as águas contavam histórias fantásticas ...
Alguns homens, hoje tidos como heróis, nas décadas 
de 40 e 50, arriscaram as suas vidas, para tentar manter
contatos com os " povos selvagens", daquela inóspita
região.
Eram  funcionários públicos do Serviço de Proteção ao
Índio - SPI.
Ayres Câmara Cunha, Sertanista, foi deslocado do seu
posto de serviço, para o  Alto Xingu-Roncador.
Naquela região, habitavam os índios Kalapalos.
Logo no seu primeiro contato, foi fulminado, não por
agressão dos guerreiros, mas por algo mais forte.
Apaixonou-se, loucamente, por uma Deusa Índia, bela
como as flores da selva.
Suave como o remanso das águas.
Dizem que, naquela região, a lua se fazia cheia trinta
dias ao mês, para  proteger das trevas o belo corpo da
Índia Diacuí.
O Sertanista se comunicava com a sua  amada, apenas,
pela ternura do  olhar, já que não se entendiam pelo
idioma.
O Brasil estremeceu diante de tanta paixão.
Diacuí, ingenuamente, afastou-se das suas raízes, 
largou o seu povo,  que a amava profundamente,
e, acreditando no "canto da sereia ", foi viver com
o seu grande amor, na "selva de pedras".
Assimilou as vergonhas do homem branco, seus
usos e costumes...
Voltando em visita a sua tribo, já não se apresentava
sem vestes, caminhava de sapatos , ostentando
relógio de pulso, etc.
Poucos anos após, foi abandonada por Ayres,  e pela
vida ...
Apenas uma filha restou, como testemunha desta história.

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