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sábado, 28 de abril de 2012

Conto poético: ALUCINAÇÕES DO AMOR



Prometeu voltar.
Há 18 anos, venho a estação ferroviária, esperar
por ela.
Chego por volta das 17 h, e somente vou embora
ao cair da  madrugada.
As noites tem sido muito frias,  mas o calor do amor
me aquece.
É a mulher mais maravilhosa da face da terra !
Sei que voltará. Mulher que ama, não mente. E ela
me amava muito...
Mas, todo este tempo, nem uma carta... nem um
endereço...
As dúvidas, às vezes, tentam me convencer...
Meus olhos não saem daquela curva.
Escuto o barulho do trem,  percorrendo os trilhos,
parecendo  me avisar que ela vai chegar.
Dizem  não haver mais trem, por aqui.
Todos enlouqueceram, não sabem o que é uma
promessa de amor ...
Hoje, o barulho nos trilhos está mais forte.
As estrelas estão brilhando,  como na noite  em
que partiu.
Agora, tenho certeza, nesta madrugada, ela  virá !
Já escuto o forte apito do trem, na curva distante.
A  cidade se espanta, não  havia mais trem !
Até que não demorou muito, foram somente 18
anos.
Eu a teria esperado durante toda a minha vida...
Lá está ela, no meio da multidão, com o mesmo
vestido,  a mesma bagagem, o mesmo penteado...
nada mudou... está linda, como no dia em que
partiu !
Desesperado,  grito seu nome... corro ao seu
encontro. Não me ouve... não me vê.
Não há ninguém...
Foi só mais uma madrugada, sem o trem...

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