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terça-feira, 6 de março de 2012

Conto poético: CONSELHEIRO MISTERIOSO

Neste povoado de pescadores, místicas almas  habitam.
As pessoas são simples, humildes e bem educadas,
embora o poder público as tenha abandonado.
O domínio da religião é absoluto. Entende-se  este fato,
pois a insegurança social, é gritante.
Descontrolam-se, sempre que ocorre um abalo emocional.
Porém, surge um salvador inusitado, misterioso.
Nas montanhas que circundam a praia, no meio da mata,
existe um homem solitário, de estatura muito pequena,
barba enorme...
Vive numa caverna de pedra, e jamais veio ao povoado.
Sobrevive  com os frutos que a floresta lhe proporciona.
Maltrapilho e solitário. Absolutamente só. Quem sabe um
ermitão,com idade muito avançada. Talvez a idade da
humanidade.
Quando acontece uma tragédia, as pessoas o procuram,
como a um Deus.
Contam-lhe o que houve, mas ele sempre parece já saber
do que se trata. Cita  nomes, lugares e datas.
Atende um de cada vez, e somente um por dia.
Conversa e aconselha os caminhos que deve tomar.
Exige, apenas, silêncio e segredo em torno do que  foi
conversado.
Todos cumprem o juramento.
São  pessoas com doenças graves, perdas de entes queridos,
separações familiares, angústias, etc.
Ninguém sabe de onde veio este homem, ou santo.
Chama a todos pelo nome, conhece  seus familiares...
Não aceita pagamentos, nem oferendas.
Quando há muita insistência, pede para que seja escolhida a
 pessoa mais necessitada do povoado, para ofertar a
doação.
Embora residindo por lá, no morro da feiticeira,  há muitos e
muitos anos, ninguém sabe o seu nome, nem de onde veio.
Tem, apenas, um apelido : "pai do mato".
E é tido como um "curandeiro das almas".
Do mesmo jeito que apareceu  no povoado, misteriosamente,
foi embora, sem deixar vestígios.
Porém, basta subir a montanha, em noite de lua minguante, chamar
pelo seu apelido que, no dia seguinte, lá estará ele, sentado à frente
daquela caverna, pronto para escutar quem,por ele, chamou.
Pena que a mocidade de hoje, não acredita nesta história... e, nem
mesmo, na  força da sua consciência, ainda que tenha o apelido  de
"pai do mato "....

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