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sábado, 18 de fevereiro de 2012

Conto poético: O VALENTÃO DO POVOADO

Uma comunidade só de pescadores, e pequenos
agricultores.
Pessoas da melhor espécie, humildes e  educadas.
Porém, no meio de todos estes bons princípios,
surge um  filho, naquele povoado, completamente
na contra mão dos demais.
Cresceu pescando, não frequentou  escola, nem a
igreja.
Tinha poucos amigos, pois encrencava com todos.
Um ótimo pescador. Muito cedo embarcou na pesca
em alto mar, viajando por toda a costa brasileira.
Forte e bonitão, era o dono da moçada do povoado.
Por ter um bigode avantajado, logo lhe deram o apelido
de "bigode".  Quase todos esqueceram do seu nome.
Quando acontecia um baile na freguesia, Bigode entrava
no salão, a cavalo, esporeando o animal e acabando com
a brincadeira a relhadas.
Era o verdadeiro demônio, vestido de gente.
Ao  se programar uma festa, a preocupação era  saber se êle
estava por perto, ou em alto mar.
Todos o temiam, pois até arma de fogo carregava à cintura,
e não era para bonito, não.
Finalmente, casou, teve seis filhos, todos muito calmos e
bem educados, pela mãe.
Sempre conversamos sobre esses assuntos. Fazia-me rir,
com as suas histórias.
Há poucos dias, estive com ele. O tempo o venceu.
Envelheceu, o bigode, de que tanto se orgulhava, não é
mais o mesmo. Está ralo e branco.
Magro e  enfrentando uma diabete violenta. Cortaram-lhe parte
do pé. Anda mancando e de bengala.
O cavalo, que tinha o nome de "diablo ", morreu, faz tempo.
Disse-me que foi muito feliz... mas com os olhos mareados...
Não sei se de saudade, ou de arrependimento.

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