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domingo, 13 de novembro de 2011

Conto poético: UMA VISITA ESPECIAL

Poucas pessoas, desta Ilha, tiveram a oportunidade de
deitar numa cama especial, preparada por uma gentil
senhora, geralmente, mulher de pescador.
O visitante anoitecia na casa do amigo, ou do parente,
pois a "prosa "estava boa, e nem se dava conta do
adiantado das horas.
Lá pelas tantas, passa os olhos no despertador, e vê
que já são dez horas, quase na hora de dormir.
A pomboca ainda acesa, o nariz já enfumaçado, e o
boião de café, em cima da chapa do fogão à lenha, não
permitiam dormir tão cedo.
"Compadre, vamos prosear mais um pouquinho".
Era o gentil convite para que o "compadre" ficasse, para
continuar a conversa.
Não havia televisão, aliás nem se conhecia o que era isto,
nem energia elétrica. Portanto, não existia rádio. O de
pilha, também, não existia.
A comunicação era feita de boca a boca. Apenas.
O compadre aceita a "pousada", e a comadre ia
preparar a cama na sala.
Arrastava a mesa e as cadeiras para o lado,e retirava, de
trás da porta, uma esteira de palha, estendendo-a no chão.
Colocava um lençol, um travesseiro, feito com palha de
milho, e um cobertor, caso fizesse frio durante a
madrugada.
Normalmente, a casa não dispunha de forro, e o vento
entrava solto pelas telhas.
Outro detalhe, é que as divisões das peças, eram com
meias paredes, no máximo dois metros de altura.
Também não existiam portas internas. Eram cortinas
de chita.
Por fim, indicava o lugar onde encontrar o pinico.
E verdade, faltava muita coisa naquela casa de gente
simples, mas sobravam gentileza e amor.
Hospedei-me, por várias vezes, desta forma.
Sinto imensa saudade daquela gente boa, e das
conversas tão interessantes...

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