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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Conto poético: A SALGA

Até poucos anos atrás, a conservação do pescado, em
toda a orla do nosso Estado, era feita com sal.
Retiravam-se as vísceras dos peixes, adicionando-se sal,
em abundância.
Era o processo da "salga ", mais prático, pois não exigia
qualquer tecnologia no seu preparo e transporte.
A instalação , destas operações, se resumia num galpão,
de tamanho médio, muita água corrente, para lavagem,
mesas compridas, bem higienizadas, e o aproveitamento
da mão de obra disponível na região.
Normalmente, mulheres de pescadores, e quaisquer
outras pessoas, como os seus filhos.
Denominava-se, este lugar, por "salga ".
Funcionava durante todo o dia, sem interrupção.
Fiquei curioso para saber, por que o interesse de tanta gente
por aquele trabalho, tão insalubre, cheiro forte,
desconfortável, e mal remunerado.
Normalmente, um patrão carrancudo, a moda muito antiga.
Essas salgas, prosperaram em locais longe dos centros
urbanos, sem luz elétrica, estradas ou quaisquer outros
meios de comunicação, fora da via marítima.
Concluí, então, que a explicação, que procurava, residia aí.
Todas as novidades da região, se concentravam na salga.
Eram falatórios, versando sobre os mais diversos assuntos,
como namoros, mudanças, sucessos em pescarias, lá pelas
"bandas" do Rio Grande, chegadas e saídas de barcos de
pescas, notícias de polícia, futebol, fofocas, etc.
Quem ficasse fora deste circuito, estava perdido.
Então, o relacionamento social, era o grande responsável
pela prosperidade das antigas salgas.
Muitos casamentos ocorreram, a partir do odor forte da carne
de peixe...certamente, afrodisíaco

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