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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Conto poético: O SORRISO DA DOR

Presume-se, seja o sorriso, a expressão de alegria
da alma.
A face enrubescida pela emoção, e os olhos
brilhantes, denunciam a felicidade, ainda que
momentânea.
Conheci um homem, um maravilhoso ser humano,
que sorria francamente, contagiando a todos os
presentes.
Embora sorrisse intensamente, não conseguia,
em seus olhos, observar a presença da alegria.
Alguma coisa havia, naquele olhar opaco, sem
vida, sem lágrima e sem emoção.
Parecia algo do coração. Uma paixão ainda não
resolvida, ou fato semelhante.
Aproximo minha curiosidade, à realidade.
Por questões profissionais, encurto as distâncias.
Precisa de ajuda. O problema existe e é familiar.
Minhas observações estavam corretas.
As constantes gargalhadas, sem vida e exageradas,
escondiam uma profunda dor. Um disfarce para
compensar o que, aparentemente, não tinha solução.
Sua filha mais velha, sua querida filha, desde menina,
internada num sanatório psiquiátrico, por mais de trinta
anos...
Seu remédio, para suportar tamanha dor, sorrir da
desgraça, gargalhar do que a vida, cruelmente, lhe
reservou.
Esquecer o presente, e debochar da sorte miserável,
Sorria, meu amigo, pois entendo, agora, os teus
olhos opacos, teu rosto sem expressão de
felicidade. Tua interminável angústia.
Quero, contigo gargalhar. É a única forma de te
apoiar.

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