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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Conto poético: O CONSTRUTOR DE CANOAS

Certamente, por inspiração das belezas naturais, existentes
em extrema abundância nesta Ilha, dispõe, esta terra de um
acervo humano e artístico, incomparaveis.
A paixão portuguesa pelo mar, não é, apenas, uma influência,
mas a própria vida do ilhéu.
A culinária, a habitação, a língua, o trabalho com o mar, estão
a testemunhar o grande amor que chegou, para sempre
ficar.
Assistir ao artesão, construir a sua canoa, é uma grande lição
de trabalho e dedicação.
Embrenha-se na mata, íngreme e fechada, à procura de uma
grande árvore, de nome garapuvu.
Quanto maior a sua altura, e a circunferência, melhor.
Também tem que ser regular, o mais reto possível.
Com todo cuidado, é cortado a machado. Cada golpe é
calculado, para cair no local planejado. Também não pode ser
fraturado.
É coisa para mestre. Olhar de artista.
Dominado, é arrastado por tração animal, para o local indicado.
Agora, o homem, ou melhor, o grande artista, vai iniciar a sua
planejada construção. Uma canoa, de um só pau.
Mede, risca, desenha com carvão, no tronco do garapuvu, os
seus sonhos.
Já se sente navegando.
Recruta seus ajudantes. Apenas um machado e uma enxó, bem
afiados.
A canoa está ali. A tarefa do artista é, simplesmente, retirar do
pau, o que está sobrando.
E isto ele sabe muito bem fazer, com dedicação e arte.
Ao redor do tronco, a medida em que os dias vão passando,
começa a surgir uma bela canoa, e um monte de cavacos, para
o fogão alimentar.
Concluída, é levada para a água. Alguns dias após, vai para a
secagem e, finalmente, a pintura, bem colorida, sob a marcante
influência portuguesa.
É batizada, quase sempre, com nome de santo, ou de alguma
pessoa da família, que mereça a homenagem.
Estes homens são admirados, nas comunidades, como artistas.
Não raramente são convidados para, em praça pública, executar
esta obra de arte.
Um homem, seu sonho, um garapuvu e o mar, livres para navegar !

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