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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Conto poético: A FIDELIDADE DE UM CÃO

Diariamente, observava à frente de minha casa, um homem
que caminhava, acompanhado do seu cão.
O Senhor Maneca, ex sentenciado, morava próximo à
penitenciaria do estado.
Passava o dia nos bares, bebendo cachaça. Não se alimentava
e nem trabalhava. Um infeliz, que carregava na bagagem da vida,
uma pesada culpa, nem sei de que.
Seu cachorro, sem raça definida, o acompanhava, sem beber
água e sem comer.
Porém, o mais triste é que carregava ao pescoço, uma coleita
de arame farpado, provocando sangramento, sem estancar.
Por várias vezes, tentei segurá-lo para aliviá-lo daquele cruel
sofrimento. Jamais obtive êxito, pois o cão sempre fugia.
Quando a polícia chegava, para recolher o Senhor Maneca,
caído nas valas, completamente embriagado, a maior dificuldade
era dominar o cachorrinho, que virava um cachorrão.
Permanecia ao lado do seu dono, deitado, até que o efeito do
álcool cessasse.
Sangrando no pescoço, com uma coleira de arame farpado, sustentando sua fidelidade incondicional, até me lembrava aquele grande Homem, com uma coroa de espinhos à cabeça, sangrando, e fiel aos seus divinos sentimentos...

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