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terça-feira, 15 de novembro de 2011

Conto poético: ESTRANHA DIVERSÃO

Década de 1950.
Ilha de Santa Catarina.
Um paraíso para se viver.
As pessoas se conheciam, e se cumprimentavam.
Ah, quantas coisas tenho para contar, deste lugar.
Taxi, tinha o nome pomposo de "carro de praça".
Era pedante pronunciar a palavra "taxi".
A bicicleta era emplacada.
Ligação Ilha/ Continente, somente através da Ponte Hercílio
Luz.
Nos ônibus, os jovens cediam seus lugares às pessoas mais velhas, às mulheres grávidas, ou acompanhadas de crianças.
De pouco lazer, dispunha o povo.Televisão, não havia. Nem
se conhecia.
Mas a alegria, não perdia.
Pregava-se mentiras e , até, torneio havia, com taça e medalha,
a quem vencia.
Na oficina de consertos de calçados, do Senhor Valdemar, de
nome "Jacaré ", as pessoas se reuniam, para ver quem havia
inventado a mentira mais inusitada.
Até secretário de estado comparecia. Médico e advogado,
também.
Era só alegria.
Peixe que foi pescado com um relógio de pulso, na barriga,
funcionando, ou outro com um ferro de passar roupas,
ainda muito quente, etc., eram as campeãs.
Este jeito simples de viver, despertou, nas pessoas, uma
forma ingênua de amar esta terra.
A Cidade cresceu muito, e os costumes também. Cedeu
lugar a outras formas de lazer.
Não há mais mentiras disputadas.
Hoje, as que existem, são orquestradas pelos políticos, sem
escrúpulos, para enganar o povo que, ainda, permanece muito
ingênuo.
Ah, que saudade sinto, do tempo daquelas mentiras...

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