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sábado, 26 de novembro de 2011

Conto poético: AMOR DE COLONO

Um homem trabalhador.
Acostumado na enxada, desde menino, pois
era arrimo de família. Seu pai havia falecido.
Escola, quase nem frequentou, e o tempo passou.
Homem feito, e os irmãos criados. Olhou no espelho,
e quase nem reconheceu aquele menino, que cresceu.
Sua vizinha, que era tão pequenina, virou mulher bonita
e educada. Era admirada. Professora da colonada.
Analfabeto, tinha ele vergonha de com ela conversar,
pois era moça instruída, sabia ler, escrever e ensinar.
Mas Laurita, tinha outra qualidade. Era humilde.
Muito rápido, Laurita o alfabetizou, pois ele era muito
inteligente.
Numa das aulas, a Professora pegou em sua mão,
para ensinar-lhe a escrever a letra "W", de Wagner.
Aquela mão, tão macia e pequena, segurando a mão
do colono, calejada e maltratada pelo trabalho bruto,
formava um perfeito contraste...
Wagner, comentou com a sua mãe. Laurita, também.
Ela passava à frente da sua roça, cumprimentando-o
carinhosamente.
Num gesto delicado, ele retirava da cabeça o seu chapéu
de palha, e respondia respeitosamente.
A escola funcionava à noite, três vezes por semana.
Wagner se esforçava. Não perdia nem um minuto das
aulas. Sempre de banho tomado, e cabelo penteado.
Mas não tinha coragem de se aproximar da professora.
Tinha medo de afastá-la.
Estava perdidamente apaixonado.
Num domingo de julho, férias escolares, Wagner estava
na roça, carpindo e perdido em seus pensamentos.
Laurita apareceu, nem ele entendeu de onde e, com
uma enxada, passou a ajudá-lo na capinação...
Estava rompido o constrangimento.
A dois passos dali, realizou-se um belo casamento, entre
dois seres, unidos pelo amor !

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