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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A MORADA DA FELICIDADE


Cabana no paraíso tropical - Recados e Imagens para orkut, facebook, tumblr e hi5
Meu coração foi tomado, por uma vontade danada
de te oferecer o céu.
Procurei meu Deus, mas fui informado de que aquele
lugar, é privativo dos santos e dos anjos. Eu já sabia !
Então, resolvi construir, eu mesmo, uma bela morada
para contigo viver.
Escolhi um lugar, no meio da mata, bem aqui, na
minha terra.
O canto da passarada, parece uma gargalhada da
natureza.
A água limpa e cristalina, corre bem ali, frente ao
pomar, despencando de uma bela cachoeira, já por
mim batizada com o teu nome.
Da janela do quarto, com vista para o jardim, mais
parecendo um palco, as flores estarão sempre a
te aplaudir.
O perfume invadirá os aposentos, inebriando as
nossas noites de intenso amor.
O som das águas, nas corredeiras, haverá de embalar
o teu sagrado sono, sempre, por mim a velar.
Pela manhã, acordarás ouvindo o canto dos passarinhos,
que deixarão os seus ninhos, para te cumprimentar.
Sairemos pela mata, todos os dias, para passear, e lá,
te envolverei num afetuoso abraço, para muito te amar !

ADEUS, MINHA JABOTICABEIRA

A jaboticabeira, tão linda, produtiva e cheia
de vida, pertence,agora, a um passado de saudade.
Nem mesmo o arrependimento, poderia trazê-la
de volta.
A tristeza é irreparável.
Restando, apenas, a cruel lembrança de uma maldade.
Quarenta e sete anos, te observava.
Nunca saíste daquele lugar.
Calada, me olhavas, e sem exigir nada, oferecias
teus doces e saborosos frutos, para me alimentar.
Tuas flores brancas, durante à noite, perfumavam
todo o pomar, parecendo um convite à vida brindar !
Ficava emocionado, de haver sido eu o privilegiado,
que te plantou.
Era ponto de parada, para a passarada fazer a última
refeição, e atravessar a madrugada, esperando
a alvorada, para um novo dia começar.
A moto serra, por maldade, a vida te ceifou.
Mas, continuarás eternamente viva, neste poema
e em meu coração.
Agora sinto, nas noites de luar, o teu doce perfume e
a voz do vento, nas verdes folhas da mata, contigo a
conversar !

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

JARDIM DA IMAGINAÇÃO

Meu lindo jardim, possui todas as flores da
natureza.
Tem só alegria. Não há tristeza.
Produz muito amor, e nenhum rancor.
Brota saudade, mas não nasce maldade.
As flores sorriem, amam e conversam.
O perfume invade toda a cidade, tornando as
pessoas felizes e mais cheirosas.
Já vi quadros pintando artistas, e artistas
florescendo tulipas brancas.
As pétalas de todas as flores, passeiam muito
orgulhosas por todo o jardim, procurando
namorar as abelhas, para o polem oferecer.
Entoam cantigas que já ouvi, e formam tapetes
com pétalas coloridas, para a linda fada
jardineira passar.
E os passarinhos gorjeiam sem parar, parecendo
o teu nome falar.
Neste jardim, não há noite e não há dia. Apenas o
amor predomina !

A FLORESTA DO AMOR

Pensando... - Recados e Imagens para orkut, facebook, tumblr e hi5
Procuro por ti, nesta mata fechada.
Ouço teus gritos, por mim a chamar.
Corro em todas as direções, e não te encontro.
Confundo tua angustiada voz, com o lamento
da floresta.
O cheiro da ramagem molhada, aguça a minha
imaginação.
Sinto o teu corpo molhado e quente, a me
abraçar.
Agora, já me ouves, e confesso o meu louco amor.
Enxugo o teu rosto assustado, com a expressão do
pecado, para mim a olhar.
Sento ao pé da figueira, e te abraço inteira.
Tua respiração ofegante, lembra aquela antiga
amante, que tanto amor me ofereceu...
Com folhas, flores e frutos, preparo o doce leito,
e te convido a amar.
Os pássaros cantam sem parar, pois é noite de luar,
e o nosso amor, eternamente, viverá !

terça-feira, 27 de setembro de 2011

MÁGOA

Chega a dor, condenando à morte um
grande e puro amor.
As palavras procuram, em vão, ocupar
o espaço perdido, nas profundezas do
coração ferido.
A visão distorcida da realidade, acentua
a miopia dos sentimentos destroçados.
O perdão, remédio de efeito imediato,
sempre é o mais indicado. Nem precisa
ser falado.
Os olhos, sim, lubrificados pelas lágrimas
da incontida emoção, transformam-se num
só espelho, e refletem o cristalino amor.
Agora, posso ver o teu lindo perfil, delineado
pelas encantadoras montanhas da minha terra.
Posso sentir, na florada de setembro, teu
inigualável perfume, e beber no riacho da linda
floresta, a mais pura das águas.
Não permita que se traga, para os teus lindos
olhos, cheios de perdão, o nevoeiro mortal de
uma fatídica tragédia, batizada de "mágoa".

sábado, 24 de setembro de 2011

PERDÃO, MEU AMIGO CÃO



Sempre foste o meu melhor amigo.
Nas horas tristes te procurei, e nos
momentos alegres, te afaguei.
Quantos carinhos trocamos, e até
mesmo nos abraçamos !
Rimos e juntos soluçamos.
Ficavas conformado com as migalhas
e, de minha parte, nunca reclamavas.
Sempre atencioso, me beijavas, e do
perigo me avisavas.
Tu és bom, és fiel.
Sou ingrato, sou cruel.
Abandonar-te, é o meu papel.
Em meu coração, acabou a hospedagem,
e só te restou a vadiagem. acompanhada
da fome, do frio e da negra carruagem.
Na guerra, é assim. Não duvida.
Mata-se para salvar vidas, e somente a dor
justifica a ferida.
Não importa se me amas, o que interessa é
a minha fama.
Na consciência, nenhum drama !
Ensina -me ser fiel, sozinho, não consigo.
Perdão e adeus, meu cão amigo !

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A DIGNIDADE DO PERDÃO


Magoada, profundamente, a digna mulher ouve,
do seu grande amor, o amargo relato da cruel
traição.
Estarrecida diante de tamanha maldade, libera
as lágrimas, reservadas às doces emoções, do
mais lindo amor !
Cada palavra, no seu coração colocada, ecoa
num ritual de morte.
Sua alma, despedaçada e sem resistência,
reúne as últimas forças e chora, frente ao amor
que se perde nos espinhos da vida.
Agora ouve, atentamente, um pedido de perdão,
pronunciado com intenso fervor.
As palavras, molhadas pelas lágrimas do profundo
arrependimento, são balbuciadas, comovendo
a doce mulher...
Beija a face do homem que tanto ama, acaricia-lhe
as mãos, esmaga o seu corpo contra o dele, olha
no fundo dos olhos, e, finalmente, perdoa-lhe,
simbolizando um gesto de profunda dignidade, de
mulher que muito ama !

FLOR DA MINHA VIDA

A imaginação passeia, frente aos meus olhos.
És capaz de tudo parecer.
Controlo as horas, e o que falas.
Em minha mente, ficas...
Procuro teus passos e, na multidão, te
perco.
As pessoas, contigo se parecem, me olham,
e me conhecem. Estou perdido na multidão.
Olho tudo ao redor, e vejo os teus olhos me
observando.
Agora, sigo o perfume das flores, exalado
pelo jardim da esperança.
Converso com orquídeas, jasmins e tulipas.
pergunto por ti.
Creio estar louco. Flores não falam, apenas
são belas e cheirosa. Mas, também, és assim !
Procuro teus espinhos. Somente pétalas
encontro.
Fico, então, sem saber se és mulher ou uma
flor, e te aspiro...
Agora, és a minh'alma, a mais linda flor da
minha vida.

RETIRADA

Os campos da minha vida, estavam floridos, como os mais
belos jardins da imaginação.
O céu azul, as noites estreladas e enluaradas...
A natureza cantava e gargalhava de alegria, pela voz
irreverente dos passarinhos.
O perfume, exalado pelas flores, inebriava minh'alma !
Meus sentimentos, atendidos na plenitude das emoções, transbordavam de felicidade.
Deus e o céu estavam aqui, habitando o meu feliz
coração.
Repentinamente, nuvens carregadas de ódio e revolta,
destruíram tudo o que,com muito amor, foi construído.
Os campos encheram-se de ervas daninhas.
As flores e os pássaros, desapareceram.
Até os dias ficaram cinzentos, da cor da morte.
Deus, também, esqueceu de mim.
Suplico por tua presença. Nem em minhas orações
apareces.
Tua voz, o vento levou e nunca mais, em minha direção,
soprou.
Abatido, não vejo o meu caminho. Sou deixado às trevas,
e condenado a nunca mais ser amado...

PROCURA-SE UM AMOR

Na luz, ou nas trevas, que sinta, que
acredite, que sorria...
Que ame, simplesmente, ame.
Não faça cobranças, do que não devo,
nem queira pagar sentimentos, que não
me deve.
Que não faça comparações com outros
amores, e que sepulte, nas covas do
passado, todos os seus rancores.
Que me olhe nos olhos, segure firme as
minhas mãos e, apenas, me beije.
Sentindo ciúmes, guarda-me, bem seguro,
em seu coração.
Não enxugue as minhas lágrimas. Basta, não
me fazer chorar.
Havendo necessidade de me abandonar,
que não o faça em minhas horas de agudas
carências.
Que entenda minhas fraquezas, com o mesmo
entusiasmo com que olha as virtudes.
Finalmente, que saiba perdoar, sem mágoas
guardar...

A DOCE DECISÃO



A proximidade com um ser tão lindo, me
enlouquece.
Sua educação refinada, prende a minha
atenção.
Mulher linda, casada e, certamente,
bem amada.
Mas, por que me olha deste jeito ?
Procuro saber. Num cumprimento, sou
carinhosamente correspondido.
Seu olhar e seu sorriso, me encorajam.
Já estou possuído por uma profunda
admiração
Faço confissões, ouço doces palavras.
Abraço aquela linda mulher, sinto seu
suave perfume.
Fala baixinho da sua amarga vida, do
desamor e muitas desilusões.
Pede-me socorro, pois precisa de afeto.
Estou carente... atendo seu pedido.
Somente o sol por testemunha, assiste
tamanha explosão de sentimentos.
Raios coloridos, cruzam os céus dos
desejos, das juras e das promessas de
amor.
A felicidade invade nossas almas,
pavimentando os caminhos com pétalas
de rosas vermelhas, e perfume de jasmim.
Absorvo o cheiro da flor, e ela, feliz, o mais
intenso amor...

EM CIMA DA HORA conto poético

É até comum, uma paixão se transformar em amor.
Um amor, em profunda loucura, nem tanto.
Márcia, uma linda e educada mulher, amava, acima
dos limites da imaginação, um jovem carpinteiro. de
nome Dagoberto, ou "Dago," como era conhecido
em sua comunidade.
Ele, de família humilde. Ela, de uma família com
posição social destacada, na região.
O namoro não poderia dar certo. Os pais exigiram
o término do relacionamento, e Márcia, obediente,
cedeu.
Por interfeência dos seus irmãos, Márcia passou
a namorar o filho de um forte comerciante.
Um homem, igualmente, distinto e conhecido da
sua família.
Dago, continuou sua vida rotineira, de puro trabalho e
sem namorada.
Passado pouco mais de um ano, casamento na
cidade.
Márcia, no salão de beleza, preparava-se para o
grande momento.
Por coincidência, ditada pelo destino, à porta do
prédio, encontra Dagoberto, com sua roupa simples
de operário, carregando alguns materiais para sua
humilde carpintaria.
Márcia teve um choque emocional. Disse ao Dago,
se ele concordasse, ela terminaria com tudo, e
voltaria ao passado, que foi o melhor momento da
sua vida.
Dagoberto concordou plenamente, impondo, apenas,
uma condição, ou seja, os dois iriam juntos explicar
esta situação, às famílias interessadas.
A dignidade do rapaz foi reconhecida, até, pelo noivo
de Márcia...
Formam, hoje, uma das famílias mais felizes daquela
cidade, com os seus dois belos filhos...

A ESPERA

Sobre a cama, uma linda rosa amarela,
a tua espera.
Converso, todas a noites, com ela.
Falo do amor que perdi, e da tua beleza.
Jamais perdeu o lindo brilho.
Seu perfume é como o teu. Acalma as minhas
noites de angústias.
Falo de saudade, de amor e de maldade.
Confidencio segredos, que somente nós
conhecemos.
Ensina-me a suportar a dor da tua ausência,
oferecendo-me o seu aroma, que aspiro para
alimentar minh'alma.
Consola-me com o seu paciente silêncio,
transmitindo a paz que tanto procuro...
Dominado pelo sono, adormeço abraçado
as suas pétalas, tão macias quanto a tua
face.
Durante toda a noite, sonho contigo.
Desperto. Ao meu lado, a rosa amarela,
eternamente, a tua espera.

REFLEXÒES

Ah, quem me dera, voltar aos tempos de menino,
falar com aquela menina, e dizer-lhe o quanto eu a
estimava.
Pedir desculpas aos bichinhos, plantar flores
sem espinhos, e cultivar amor, sem despertar rancor.
Brincar, sem brigar. Estudar mais, e pouco vadiar.
Falar menos, e escutar muito.
A vida observar e navegar, sem se deixar levar.
Planejar o futuro, que é hoje, sem esquecer do
passado, que poderia ser o amanhã.
Ah, quem me dera ter sido melhor, para hoje
não conhecer o pior.
Mas, fico a pensar, se tudo fosse deste jeito,
certamente não teria sido criança, nem guardaria
nas lembranças, tantas coisas bonitas e feias !
Creio que a sabedoria reside em aproveitar, hoje,
tudo o que deu certo no passado, e até o que não
deu, repetindo o que foi bom, e alertando o que
não foi.
Por isto, sigo a vida, dizendo que amo, a quem
amar, plantando flores cheirosas e sem espinhos,
e ouvindo, mais atento, a voz dos passarinhos!

SENTIMENTO DE CULPA


Olho para baixo, não vejo mais o meu chão.
Desapareceu, também, o céu, levando as
estrelas, a lua e a luz que aquecia o meu
coração, e iluminava minh'alma.
Até meu Deus me abandonou.
Minhas preces não são mais ouvidas.
Cessou o perfume das flores. E o aroma
da vida, que viajava com o vento, não mais
sopra em minha direção.
Os pássaros foram embora e, com eles,
a minha sonora emoção.
Meus olhos perderam o brilho da alegria,
calando o meu sorriso, e sufocando o
coração.
Os rios, de águas tão cristalinas, já não
procuram o mar.
Sinto-me perdido.
Nem mesmo o sagrado direito de defesa,
me foi concedido.
Nada mais depende das minhas forças.
Embora não o mereça, só me resta o
perdão ...

O PÉ DE JASMIM.


Dominando todo o jardim, o jasmim
aguça meus sentidos, trazendo as mais
doces lembranças de ti.
Sua alvura, tão densa quanto as nuvens,
realçava teus negros cabelos,
enlouquecendo minh'alma.
À sombra da protetora ramagem, permitia
teu lindo corpo num abraço de ternura
envolver.
Nem mais sei por onde andas, ou quanto
tempo se passaou ...
Hoje, retornando ao jardim,ainda pude
observar o mesmo pé de jasmim, florido
e cheiroso, parecendo perguntar por ti.
E a linda borboleta branca, que tãnto
admiravas, bateu asas, e o tempo levou.
Mas o beija-flor, pelo teu nome, ainda chamou.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

MEU PRIMEIRO AMOR

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Nas brincadeiras de criança, o primeiro amor nasceu.
Inocência no sorriso, no falar e no olhar.
Inebriado ficava, diante daquele delicado andar.
Quando por meu nome chamava, tão bonito soava !
No meu coração, fazia um par tão perfeito, que do
seu jeito de sentar, juro, até hoje me faz recordar.
Marcou fundo, sua amizade. Crescemos juntos e a
transformação foi cruel.
Permaneci, por muito tempo ainda, uma criança. Ela,
não,rapidamente virou uma linda mulher.
Nem como amigo, seu namorado permitia me olhar.
Mas o tempo também, para mim, passou.
Numa festa de bairro, depois de alguns anos, a vi
passar.
Como sempre, bonita e sorridente, segurando pelas
mãos duas belas meninas, frutos daquela união.
No meio de muita gente, ouvi sua voz por mim chamar.
Pode ter sido imaginação, mas tive a mesma reação
de quando era menino.
Seu andar não mudou, continua lindo, como sempre...
E, como sempre, seu sorriso, seu olhar, seu jeito meigo
de falar, continuam a me enfeitiçar.
Até quando, somente a eternidade dirá...

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O POMBEIRO

Quem se lembra do "pombeiro"?
Grandes serviços prestou à população.
Com um porrete às costas, feito de "rabo de
macaco", dois balaios, um em cada extremidade,
lá ia ele, o nosso herói pombeiro, um verdadeiro
tarzam.
Saía da cama bem cedinho. Ainda de madrugada,
ia ao mercado público da Capital, para escolher os
produtos que vendia, bem fresquinhos.
Um cento de laranjas açúcar e bergamota, muitos
temperos verdes, galinhas vivas, alho, cebola, mel,
banana, açucar grosso, farinha, ovos, etc.
Tudo pesando muito, nss costas do coitado.
Subia os morros da cidade, percorrendo os becos
e servidões, por onde só as pessoas tinham acesso.
Levava suas mercadorias até à porta da freguesia.
Conhecia a todos pelo nome. Gritava forte, anunciando
"olha o pombeiro".
Vendia até fiado, e só registrava na memória, as suas
contas a receber, pois não sabia ler, muito menos
escrever.
Que saudade do Sílvio e do seu filho. Só Deus sabe,
por onde andam.
Mas eu sei, muito bem, em que local se encontra, esta
brutal saudade dos meus tempos de criança, e os
velhos balaios, guardados nos porões das minhas
lembranças...

domingo, 11 de setembro de 2011

conto poético O MENINO E O TOURO


Vizinho de um rico fazendeiro, o menino pobre admirava a linda
boiada, que pastava à frente da sua casinha.
O campo verde branqueava, com o gado nelóri, que predominava.
Uma noite de forte temporal, com água em excesso no pasto, parte da cerca tombou.
O menino, de nome Alberto, conhecido por "Betinho", filho de uma senhora viúva, não pensou duas vezes.
Apesar da pouca idade, efetuou os reparos com perfeição, evitando uma desastrosa fuga da boiada.
Tomando conhecimento do ocorrido, o fazendeiro, a cavalo, foi à casa do menino para agradecer-lhe.
Queria gratificá-lo, por tamanha façanha.
O menino recusou o pagamento, dizendo-lhe que, apenas, cumpriu a sua obrigação de vizinho, do jeito que o seu falecido pai lhe ensinou.
O fazendeiro não desistiu, soube que o menino muito admirava um bezerrinho, com o qual já tinha amizade.
Voltou à casa de Betinho, presenteando-lhe com o tourinho.
Aquele bichinho de estimação, transformou-se num belo animal de quase uma tonelada. Criado com tanto carinho,que só faltava falar. Betinho, agora, é o ser mais feliz da face da terra.
Infelizmente, sua mãe adoeceu, seriamente.
"Branquinho", o seu touro, precisa ser vendido para o matadouro,
para custear parte as despesas médicas.
Muito ajudou aquele dinheiro, pois sua mãe retornou do hospital,
completamente curada e sem dívidas, para alegria do menino.
Betinho conversava com sua mãe, à mesa, quando ouviu uma buzina de caminhão, estacionado à frente de sua casa.
Era o fazendeiro, chamando-lhe, com o branquinho na carroceria,
dizendo-lhe:
"meu filho seu plano de vender o branquinho para o matadouro,
só teria dado certo, se eu não tomasse conhecimento da tua
generosidade. Gestos, como o teu, precisam ser reconhecidos
por todos. O branquinho está aí. É todo teu, já vacinado e bem cuidado, durante estes trinta dias, em minha fazenda, em que tua
mãe esteve internada".
Betinho, é claro, desmanchou-se em lágrimas, de tanta emoção...

Conto poético: SURPRESAS DA VIDA

Dia de entrevista com um presidiário.
A linda advogada pensa, apenas, nos termos dos autos processuais, estudados, minuciosamente, no final de
semana.
Entende haver uma possibilidade de ser deferido o
recurso de revisão.
Aguarda na sala apropriada, a chegada do seu cliente,
já sentenciado.
Homem educado, boa aparência, transmitindo em sua
fala um convencimento, sobre tudo o que relatou.
A Doutora Carmem fica impressionada. Despede-se
do prisioneiro.
Juvenal Abraão, é o seu nome. Todos o chamam de
Abraão. Um excelente mecânico, nascido no interior
do nosso Estado, e condenado por receptação.
Fala em inocência, mas as provas, não.
A Doutora Carmem, trabalha até altas horas da noite.
Cada vez mais convencida, reabre, judicialmente, a
discussão.
Prova falhas no processo. Em liberdade, é colocado
Abraão.
Volta para sua cidade, distante da capital, mais de
quinhentos quilômetros.
A Advogada, num final de semana prolongado, viaja
para rever, o seu admirado cliente.
Chegando ao local, muitas crianças encontrou, no
endereço de Abraão.
Falou com uma senhora, sua mãe, gentil como o filho.
Soube, então, que Abraão mantém uma casa de abrigo
para menores abandonados. Além de alimentos e
um bom local para morar, ensina-lhes uma profissão,
dá-lhes educação, etc.
Jamais mencionou, em sua defesa, esta virtude.
Praticamente, tudo o que ganha, em sua oficina
mecânica, investe nestas crianças, disse-lhe sua mãe.
Ele também foi um "menino de rua".
Quanto ao crime de que foi acusado, apernas tentou
proteger um dos seus dezenove afilhados. Um menino
de treze anos.
A Doutora Carmem, mudou-se para aquela cidade, e,
comovida com a causa de Abraão, ajuda-o há dezesseis
anos.
Hoje, somam vinte e sete menores.
Alguns do casal...

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Conto poético: O VELHO PESCADOR

Sentado à frente de um fogão rústico, e à lenha, conversava
com um velho pescador, do leste da Ilha.
Chovia muito.
O frio, com vento forte, desencorajava-me sair daquela modesta
casa.
O Senhor Manoel e Dona Kita, casaram-se nos idos de 1950.
Criaram os seus filhos. Sete, ao todo.
Ele me contou muitas histórias. De algumas, até duvidei.
Perguntei-lhe o que fez, para sustentar e educar tantos filhos,
com todas estas dificuldades, que conhecemos.
Apontou para o canto da casa, mostrando-me dois instrumentos
de trabalho.
Uma bela tarrafa, feita por ele mesmo, para pescar os peixes,
oferecidos pelo mar.
"É só ir buscar. Não custa nada". Disse-me ele, com simplicidade.
Levantou-se, apanhou, atrás da porta, uma enxada, bem cuidada,
dizendo-me que possui uma pequena lavoura, de onde
tira todo o sustento da sua família.
"É só trabalhar". Disse-me, com certo orgulho.
Observei que precisa de pouca coisa, para ser muito feliz.
Assim, aproveita esta felicidade, para amar a vida, e admirar as
coisas belas que nos oferece.
O restante, são complicações criadas pelo próprio homem.
Desde pequeno, olho este belo mar, com as suas rochas e
areia limpinha.
O barulho das ondas, é o mesmo. O vento que sopra, também.
Aquelas montanhas, nunca sairam de lá.
Tem umas gaivotas que pousam em cima da minha casa,
desde que me conheço por gente. Parece, até, que são as mesmas de oitenta anos atrás.
Tudo isto é um paraíso. Seria um pecado tentar mudar pois,
aqui, mora a felicidade.
Meus filhos aprenderam tudo isto comigo, e com a Kita. Também são felizes.
perguntei-lhe, então, como educou todos os sete filhos.
Respondeu-me que foi a tarefa mais fácil de todas.
Espelharam-se no exemplo dos pais, e aproveitaram, muito bem,
todo o amor que lhe oferecemos.
Hoje criam os seus filhos, nossos netos, da mesma forma.
De volta para casa, vinha pensando, como complicada é a minha
vida urbana...
Analisei toda a situação, e me convenci de que a resposta, para
toda aquela felicidade, reside na somatória do trabalho, exemplo e amor, que envolve aquela família.
Todo o restante, é consequência...

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O CHARME DA POMBOCA

De construção tão rústica, a latinha é rebatizada
com o nome de "pomboca".
Bastavam uma lata de óleo, descartada, um pavio
caseiro de algodão, e querosene, ou "corosena",
ou "crosena", como diziam os "maneizinhos".
Charmosa e prática.
Em cima da mesa, do guarda roupas, do "itajer",
lá estava, imponente e imponente.
Acompanhava quem fosse à vendinha, pois na noite
escura, só a luz do vagalume aparecia.
Como banheiro, era usado o cafezeiro, e a pomboca,
sempre ia até lá.
Amanhecia, o nariz preto,parecendo um chaminé,
denunciava a presnça da pomboca.
Mas, chegaram os postes, a rede elétrica, a lâmpada,
ou "lâmpida", e a pomboca foi expulsa.
Hoje, é peça de museu ou de mané.
Os mais antigos, saudosistas como eu, não esquecem
o glamour da latinha com pavio, que a todos, muito bem,
serviu !

ÁLBUM DE FORMATURA

A saudade, sem piedade, aperta o meu peito.
Cada página que folheio, revivo moimentos
de um tempo tão feliz, e que passou.
Sincero amor, amizade ao grupo, que perdurou.
Quantos planos fizemos juntos. Só este álbum
de formatura registrou.
Todos iam virar doutor.
A luta foi mais dura, do que se pensou.
Em homens e mulheres de bem, sim, a escola
transformou.
Mas, dependeu de cada um, o sucesso que
alcançou.
Os estudos continuaram, assim como o duro
trabalho.
Alguns triunfaram, subiram ao pódio. Outros,
emocionados, aplaudiram.
Mas todos, em dignidade, somos vencedores.
Em nossas lembranças, o exemplo dos mestres.
Algumas luzes, do palco e da platéia, já se apagaram,
mas a intensidade do brilho aumentou, pelos grandes
exemplos, legados à humanidade.
Em cada reencontro, o abraço da saudade, o aplauso
da alegria, e o brinde à vida.
Tudo valeu. Nada se perdeu.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

UM BRINDE À FELICIDADE

O sorriso franco, demonstra a alegria
da alma, acende o brilho dos olhos,
e mexe com o coração !
Oh, rara formosura, nasceste para a
vida amar, na pureza da inocência e
na beleza do luar.
Das flores, és o perfume, e a voz da
água, nas pedras a rolar.
O vento, desvirginando a densa mata,
até parece, por ti, procurar.
Mas coube, a mim, a honrosa alegria
de te encontrar !
Assim, fitando os teus lindos olhos, te
convido, num gesto emocionado, erguer
os nossos corações apaixonados, em
direção às estrelas, e formular o mais
caloroso brinde à esta felicidade, de
poder te amar !

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

conto poético: MEU QUERIDO SANHAÇU


Mês de natal. Festa, alegria, música alta na vizinhança,
prenunciando o grande dia.
O céu escurece, repentinamente, como que avisando
uma mudança do tempo, de sol para chuva.
A temperatura cai. Bruscamente, um forte vento, vindo
nem sei de onde, sopra forte, parecendo incomodado,
envergando todo o galho, derrubando um lindo ninho de
passarinhos.
Percebo o desastre. Dois filhotes. Um morto e outro
ainda vivo.
Socorro o bichinho, com todo o carinho.
Dou-lhe comida apropriada, água e todo amor, parecendo
o meu filhinho.
Cresce rápido, o danadinho. É de cor azul, um lindo sanhaçu.
Tornou-se meu grande amigo. Canta muito o ano inteiro,
e só me trouxe alegria.
Mas, chegou a hora da despedida.
Precisa voltar ao seu mundo, ter o seu próprio ninho, e o céu
para voar.
Uma fêmea a conquistar, e muitos filhotes para se perpetuar.
Passados os meses, a saudade chegou. Por onde andará
o "escadinha ", meu amigo passarinho. Que danadinho, nunca
me procurou.
Numa manhã de verão, ensolarada e após uma chuvarada,
ouvi um sanhaçu,muito próximo a cantar.
Desceu da árvore, veio em cima da minha mesa, que fica no
varandão, beliscou,como de costume, a minha mão.
Entendi o seu agradecimento. Olhou-me nos olhos, cantou
mais uma vez, e me fez chorar.
Foi embora, com sua fêmea e os dois filhotes, para nunca mais
voltar...
Deixou uma profunda saudade, mas levou
a sua feliz e merecida liberdade !

domingo, 4 de setembro de 2011

Conto poético: PROFUNDA MALDADE

A mata natural, nas proximidades das residências,localizadas
nas ruas urbanas da capital, se torna cada vez mais escassa.
O mundo animal silvestre, sofre.
Os pássaros recorrem a um frondoso pé de jaboticabas,
plantado, por mim, com todo o carinho,nos idos de 1964.
Alimenta, fartamente, várias espécies, nas duas ou três safras anuais. iinclusive seres humanos, que se deliciam com os saborosos frutos, e o belíssimo visual, que oferece à
propriedade.
Até os gambás, à noite, se banqueteiam.
Não mais me pertence.
Mas o admiro pelo fervilhar de vidas, na perfeita harmonia
entre dois reinos.
Sinto orgulho, de haver plantado tão farta fonte de alimentos, e beleza. Um verdadeiro ninhal.
Agora, tudo isto, pertence ao passado.
Habitam, apenas, as minhas tristes lembranças.
Em plena florada de setembro, aniversário da primavera, coberta de lindas flores brancas,exalando um doce perfume, orquestrado por abelhas, à procura do néctar, a linda jaboticabeira ouviu sua sentença de morte.
O carrasco, armado de uma moto serra, devorou suas entranhas, acabando com seu ecológico reinado, de quarenta e sete anos.
Nenhum motivo aparente, para o cometimento desta barbárie.
Entendo que a mente humana, é a ultima barreira da medicina.
Além da brutalidade e da ignorância, talvez, no futuro, a ciência encontre, como resposta, outro enquadramento, que possa justificar tamanha maldade...

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

conto poético UMA LIÇÃO DE GRATIDÃO

Um momento infeliz, somado a uma ação precipitada, quase
sempre resulta numa tragédia, ainda que, apenas, emocional.
Um cão de guarda, de nome jagunço, foi considerado por uma
família, como sendo demais naquela casa, em razão da
existência de outros dois cães.
Estava tomada a decisão de abandoná-lo, em local distante.
Durante a madrugada, o chefe da família colocou-o no porta
malas do automóvel, descartando-o em local muito estranho
do que conhecia.
Um dos filhos, estudante universitário, inconformado com a
atitude do pai, procurou o animal por toda a cidade.
Fez anúncios, ofereceu recompensa, e nada.
Passaram-se os dias, meses e até os anos.
A busca pelo cão foi frustrada, até nos canis públicos.
Um cão, agora abandonado, mas que era muito amado,e os
donos não percebiam.
Certo dia, o estudante, passeando pela avenida principal da cidade, avistou duas pessoas com um cão, na guia, muito se parecendo com o seu.
Ao aproximar-se, ambos entraram em pânico, de tanta alegria.
Era, realmente, o jagunço, agora com o nome de "rei".
O homem que o conduzia, disse que o recolheu da rua, em
estado de abandono, com fome, frio e doente.
Tratado em uma clínica veterinária, conseguiu recupera-lo.
Hoje é um ótimo cão de guarda, bem como um excelente guia do seu pai, que é cego. Rei é amado como uma pessoa da família.
Educadamente, o homem o soltou da guia, dizendo ao estudante,
que rei é um cão tão especial, que merece ser o mais feliz possível.
A escolha é somente dele. Com quem pretender ficar, ficará.
Rei beijou as mãos do estudante, a sua face, fez carinho, até chorou de saudade. Mas foi acomodar-se aos pés de quem lhe tirou da aflição, e do abandono...