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domingo, 29 de maio de 2011

Uma linda mulher..

 
De aparência serena, como a
fresca madrugada de outono...
De um verde olhar, somente
comparável à relva molhada.
Falando a linguagem dos poetas,
seguindo as pegadas dos pincéis,
e revelando imagens privativas
do artista, segue sua vida, se
expressando com o corpo e a
alma da atriz.
Encontra nos mares, na terra,
nos rios e nas matas, a essência
das suas artes, na imortalidade
da natureza, que se rende,
agora hipnotizada, cativa do
seu meigo olhar.
Aprisiona, não apenas as imagens,
mas o aroma embriagador das
flores, a alegria dos seres vivos, e o
sorriso de Deus !
Mas, sua maior façanha, estaria
reservada aos seus mais profundos
sentimentos.
O grande amor da sua vida, já
escravo do seu doce talento e atraído
por esta paixão, desce da mais remota
estrela, para juntar-se ao intenso
brilho, desta linda mulher !

terça-feira, 24 de maio de 2011

MARIA

Há mulheres que Deus coloca na terra
para amar.
Outras para criar e trabalhar.
Algumas para o sacrifício suportar.
Mas, raramente, Deus agrega, em uma
só mulher, todas estas missões.
O fardo é por demais pesado.
Somente o amor, nada além do amor,
pode diminuir o peso desta escolha
divina.
São raras as  escolhidas estrelas,
pelas mãos sagradas.
São santas que habitam entre nos.
Guerreiras sem armas.
Normalmente, são Maria, com o mesmo
nome da mãe de Cristo.
Esta nossa, deu vida  a seis, e a todos
educou.
Mas, para  si mesma, nem olhou.
Deus, Pai de Jesus, foi quem  dela cuidou.
Somente após viver quase duas vezes a
idade de Cristo, se alfabetizou, pois tempo,
antes, não lhe restou.
Fez, de cada um dos seus filhos, um doutor.
Tudo lhe faltou, mas  sobrou amor !
Hoje, com simplicidade e ternura, relata
suas histórias, suas façanhas e derrotas,
mas com merecido orgulho, ressalta suas
grandes vitórias.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

O beijo sagrado

Destaco, na multidão, o agradável aroma
de uma admirável mulher.
Rosto incomum, olhar  contemplativo e
sorriso  suave, como  o botão de uma flor.
Gestos que partem de mãos delicadas,
combinados com a ternura da voz,
encontram,em meu coração, a mais
imediata  hospedagem.
Como oferenda, entrego-lhe uma bela
rosa branca.
Dirijo-me à Casa de Deus, para agradecer
a feliz oportunidade desta mulher conhecer.
Após as orações, levanto os olhos e,
surpreso, vejo no altar, em forma de imagem,
a mulher que minha face beijou.
E aos pés de Santa Luzia, misteriosamente,
a mesma rosa que  das minhas mãos aceitou...

domingo, 22 de maio de 2011

Alucinação

             Alucinação

Cativo desse meigo olhar,
e dessa formosa ternura,
aos teus pés sinto-me uma
pequena criatura.
A distância, deste amor impossível,
arrebata da minha sofrida alma,
a loucura do grito reprimido.
Nem mesmo sabes do meu amor.
Mas isto não importa.
Quero, apenas, esta doce liberdade
de fantasiar tua presença, em
minhas solitárias noites...
Nada mais posso exigir, à sombra
deste profundo sofrimento.
Sei que, também, não és feliz.
As cruéis amarras do passado e do
presente, anulam a esperança no
futuro.
Ah ! esta incerteza comprime meu
coração, mas traz o aroma das rosas,
embriagando-me de tanta paixão !
Assim, em cada pétala te vejo sorrindo,
dos meus braços exigindo, no fundo
do meu coração, para sempre
te guardar !

terça-feira, 17 de maio de 2011

O segredo

Parecendo protegida por uma
estranha força, nada abala  a
linda mulher.
A vida enfrenta, em campo
aberto, não se abrigando em
trincheira, nem por afeto.
O destino lhe oferece rosas,
e também espinhos, plantando
felicidade e tristeza em seu
ninho.
Por vezes, arrebata-lhe o sorriso,
e  a dor se torna cruel, diante de
uma  heróica vida, em que
cumpriu, com esmero, o seu papel.
Mas de sua face, o tempo esqueceu,
não deixando  marcas do passado,
somente a beleza permaneceu...
Hoje, por todos admirada, desfila
humildemente desejada, mantendo,
no coração, um grande segredo de
ser  profundamente amada...

segunda-feira, 16 de maio de 2011

CONTO POÉTICO : A força do amor

A amizade, entre um menino e um cão,
é tão grande e tão forte que, somente
no campo das emoções, propiciadas
pelo amor,  poderá ser explicada.
Um cãozinho, de nome tupy, nas cores
preta e branca, sem raça definida, foi
adotado por uma família, para servir
de companhia ao seu filho, autista,
de 11 anos de idade.
O relacionamento, entre ambos, foi perfeito.
O progresso comportamental do menino,
surpreendeu à família e ao seu médico.
Parecia curado de algo que, se sabe, é
impossível.
O menino cresceu, virou  homem feito,
e o cãozinho envelheceu.
Foram-se as energias e chegaram as
doenças, comuns em cachorros velhos.
A gravidade das doenças foi de tal monta
que, a conselho do médico veterinário,
tupy deveria ser sacrificado, pois não
poderia mais conviver com aquele
sofrimento.
Com a anuência e aparente compreensão
do seu dono autista, tupy foi removido para a
clínica veterinária, a fim de ser sacrificado,
com dignidade, pois nem mais podia
caminhar.
O choque emocional, sofrido por seu dono,  
o levou para o leito, numa recaída sem
precedente.
Nada provocava a sua reação. Nada.
Certa madrugada, acordou com
algo pesado sobre o seu peito.
Assustado, acendeu a luz do quarto e,
atônito, viu o seu cão fazendo-lhe festa,
com a mesma alegria de sempre.
Não se sabe como saiu do canil da clínica
veterinária, nem como  chegou  ao quarto. 
Sabe-se, apenas, que a forçá do amor está
acima de tudo, o que pretendemos explicar...

domingo, 15 de maio de 2011

CONTO POÉTICO: Quando somente um ama...




Dois estudantes, ainda crianças e apaixonados,
prometem-se em casamento, quando atingirem
a maturidade.
Para selar este pacto, escrevem declarações
de amor, estabelecem datas, sonhos, roteiros,
etc, e colocam em uma garrafa, como garantia
de preservação.
Sob segredo absoluto, cavam um buraco ao pé
de uma palmeira real, frente à Igreja Matriz de
Santo Antônio dos Anjos, na Cidade de Laguna, 
enterrando-a para somente abri-la, às vésperas
do  combinado  casamento.
O menino mudou de residência para a Capital.
Ela permaneceu, sempre, em Laguna.
Ele  não levou a sério o pacto. Ela sim.
Decorrido mais de meio século, resolveu
procurá-la, para comentar sobre a audácia da
mocidade.
Após tentar encontrá-la, soube que havia falecido
no ano anterior, sem haver casado ou namorado
com quem quer que  fosse.
Dizia à família, e aos amigos, que era uma mulher
comprometida com o passado. Ninguém entendia.
No seu leito de morte, solicitou  que
colocassem,  sobre a sua sepultura, uma placa,
com  os seguintes dizeres lacônicos:
"Cumpri, fielmente, minha promessa . Estou em paz".
O homem dirigiu-se à palmeira, local em que haviam
enterrado aquele pacto, e  lá estava a garrafa,
com a folha  escrita, ainda intacta.
Para a sua surpresa, uma segunda folha havia sido
colocada pela, agora, mulher, onde dizia:
"Rezei tanto a Deus, meu amor, para que te desse
vida e saúde,pois sabia que um dia voltarias aqui,
embora eu já não estivesse mais".

sexta-feira, 13 de maio de 2011

FLORES QUE FALAM


No meio das flores, percebi
o teu aroma. Um doce perfume.
Ouvi tua voz, claramente por
mim chamar.
Fazia-me declarações  e
juras de amor, referindo-se a
um passado, que tão longe
já ficou.
Recordei, então, da tua
formosura, misturando-se ao
jeito meigo, cheio de ternura.
É verdade, os longos anos se
passaram, tudo se modificou,
mas permaneceste bela, em ti
nada mudou.
Seguimos, pela vida, estradas 
diferentes e, no início, parecias
tão contente...
O sofrimento da saudade, do meu
peito jamais partiu.
Não fui eu, por ti,  o escolhido,
mas restou a sagrada lembrança,
de haver te conhecido.
E, assim, ainda percebo no ar, o
doce aroma da flor a falar...

SAUDADE


Hoje, pela manhã,, a tua ausência,
como nunca, feriu minh'alma.
Procurei o teu sorriso, nem os
cabelos estavam lá.
O afago das santas mãos,
 sem calor, em poeira à terra
se misturou.
Aos meus gritos nem respondeste,
sumiram no ar ...
Procurei aquele brilho do olhar,
pois saibas, nem os teus olhos
estavam lá.
Os lindos lábios, que tanto me
beijaram, falaram e prometeram,
aos anos se renderam.
Pedi aos santos que te encontrassem,
nem resposta me ofereceram.
Então, de joelhos, só me restou rezar.
Em minhas preces, cheia de luz,
te vi passar.
Estavas linda, como sempre, e
caminhavas sobre as cinzas do passado,
sem nenhum rastro deixar.
Hoje vago no meio das flores, para
o teu doce perfume aspirar !

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Misteriosa flor

Não se sabe a cor, nem o perfume,
de uma linda e misteriosa flor.
Sua cor não está no arco-íris, porque
o arco-íris é filho desta flor.
Seu mágico perfume, habita todas
as pétalas do jardim da vida.
Sua existência está garantida por
mais quatro mudas, que o destino
lhe confiou.
Guerreira e perfumada, já foi
sofrida e muito amada.
Com sorriso e simpatia,a vida
enfrentou.
Seu escolhido protetor, Deus levou,
nunca mais voltou.
Fazeno do Direito a sua espada,
graciosa e muito afiada, ao inocente
jamais apontou.
Esta flor, durante a sua vida, somente
pelo amor guerreou.
Hoje, em seu jardim, composto por
seus filhos, e os filhos dos seus
filhos, reina soberana entre os
aplausos e a admiração, daqueles
que apreciam uma bela e perfumada flor !

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Emoções convergentes

Olhos brilhantes,
lábios tremulantes,
mãos que procuram e
braços que apertam quase tudo...
Já não resta tempo para o retorno.
Sussuros, que tudo dizem no
meio do delírio quase loucura,
deixando sem cobertura o teu
corpo fervente, em chamas exposto.
Nada me ofereces, mas  tudo me dás.
Atiivos, nossos dez sentidos
explodem na alucinação do amor.
Gritos liberam a passagem das
incontidas emoções convergenes,
ao ápice da paixão e do prazer.

Boa tarde, beleza !

Como é bom te ver todos os dias,
irradiando simpatia e sinceridade,
propiciando, aos que te cercam,
um doce clima de felicidade !
Tens o aroma do bem,  o
cheiro bom da lealdade, e o
visual inocente da simplicidade.
Tratando a todos com ternura,
teu olhar transmite doçura, e com
gestos firmes e amáveis, o trabalho
enfrentas com bravura.
Como é bom contigo conviver,
Oh !  bela obra da natureza,
e retribuir, com firmeza, o teu
"boa tarde", beleza  !

Nunca mais ...

Nunca mais soube de ti,
nem do bilho infiito do teu olhar.
Das coisas tão belas que sonhamos,
restaram, apenas, os desenganos.
Ate as flores, aos espinhos,
se renderam.
O som das águas, que parecia falar,
cedeu voz ao silêncio,
resolveu se calar.
Os pássaros, tão alegres,
emudeceram.
E o amor, que era só nosso,
e  tão forte parecia, em cinzas
se transformou, levando toda a alegria.
Agora, se instala a saudaade,
fruto da dor,  da indiferença e da
maldade.
O tão belo e carinhoso amor,
por culpa nossa, nunca mais,
o tempo levou. Nunca mais ...

terça-feira, 3 de maio de 2011

Quem sabe ...

Algum dia, quem sabe,
numa troca de olhar,
mais atenta tu vejas, o
brilho intenso das lágrimas,
ameaçando do meu rosto rolar.
Então, quem sabe, consigas despertar,
revelando ao teu desatento mundo,
o sofrimento de minh'alma,
tão cansada de esperar !
Também, quem sabe tenha, eu,
coragem de falar.
São, apenas, algumas letras,
o teu nome pronunciar.
O medo me acorrenta como um escravo,
transformando o silêncio em tanta dor,
sufocando o meu coração, me matando
de tanto amor.
Espero um  dia venhas saber,
sem nada te dizer, que o tamanho do
meu amor, é tão grande quanto este
padecer ! Quem sabe.

Aventura

Nada mais doce no mundo,
do que sonhar contigo.
Ver-te bela, como sempre,
mas não ser, apenas, teu amigo.
Ah ! quem me dera te levar,
para bem longe deste mar,
e  em terras floridas e cheirosas,
carinhosamente te abraçar !
Não importa o que falará,
nem o que dirá essa gente,
quero, apenas, te olhar, e
te fazer mais contente.
E ao te envolver num abraço,
com carinho e  com ternura,
conquistar o teu coração,
vivendo a mais romântica aventura !
.

conto poético "PROFANAÇÃO

A tarde já havia se despedido.
Iniciava-se uma noite, muito fresca, 
bem própria da estação de outono.
Um homem, solitariamente, chega
a sua casa, após mais um dia de
intenso trabalho.
Cumpre algumas rotinas e procura
relaxar.
Mas pressente algo diferente, 
em seus aposentos.
Sua cama nunca estivera tão bem
apresentável.
O perfume de flores dominava todo
o ambiente.
Embora noite, ouviam-se pássaros
cantando, com suavidade, bem próximos
à janela do quarto. Pareciam estar no
seu interior.
O horário era  convidativo  a um
breve repouso, que antecederia ao
jantar.
Banhou-se e, agora, já de pijamas,
deitado em seu leito, meditava sobre
coisas estranhas, que costumavam
acontecer em sua vida.
Parecia haver alguém, por perto,
sempre a lhe observar.
Cansado, adormeceu.
Sentiu uma carinhosa mão passar
em sua face.
Teve medo de abrir os olhos, mas
ouviu  uma voz, falando de amor e de
desejos.
Agora, sim, viu uma linda mulher,
 vestida de branco e com asas,
também, brancas.
De braços abertos e sorrindo, iniciou
o mais puro, o mais sublime de
todos os amores que, jamais, havia
conhecido em sua vida.
Uma chuva de pétalas de rosas, tomou
conta daquele leito.
Uma bela estrela postou-se à porta,
iluminando o caminho daquele
sagrado e angelical amor...
Como testemunhas, a lua cheia, estrelas
e constelações que, até hoje,  se negam
abandonar aquele divino momento.
Já acordado, diz haver sido o mais
encantador de todos os sonhos,
da sua existência, pois viveu este
amor, com o seu "Anjo da Guarda",
durante seis horas.
Está convicto de haver sido um sonho, mas
não consegue explicar as pétalas de rosas
espalhadas por todo o seu quarto, algumas
penas das asas, a  linda estrela sobre a porta,
 e as testemunhas, vindas do céu e que, até hoje,
lá se encontram...

TRIBUNAL DA CONSCIÊNCIA

          
         
O vento gélido de agosto, sem piedade,
transpassa as leves vestes do velho
mendigo.
Pés descalços, com rachaduras profundas
nos calcanhares, testemunham a vida
miserável e cruél, que o destino lhe reservou.
Sentado ao chão, recostado à uma árvore
plantada em via pública, pouco é notado
pelos transeuntes.
Como companhia, apenas, alguns trapos
que enrolam latas, pães velhos e outras
migalhas, certamente oferendados por
algum coração generoso.
Próximo, confortavelmente sentado em
meu automóvel, ponho-me a observá-lo.
Seu olhar parece perdido no passado.
Por vezes sorri e, em seguida, chora,
enxugando as lágrimas que brolam dos
sofridos olhos, no punho da camisa, já
sem identificação de cor, por falta de
lavagem.
Gostaria de trocar algumas palavras.
Matar a minha curiosidade. De quem
se trata. Nome, profissão, estado civil,
procedência, a sua família, se é que
teve uma.
Com muita cautela e habilidade,
aproximei-me daquele homem, e
comecei obter a sua manifestação.
Disse-me que foi um professor,
muito respeitado por sua dedicação
profissional e austeridade.
Nunca transigiu diante dos vícios.
A imparcialidade, na tomada das decisões,
sempre foi a sua bússola social.
Fazendo parte de uma banca examinadora,
de um importante concurso público,
entre dois candidatos finais, que disputvam
uma única vaga, atribuiu a maior nota ao
que lhe pareceu melhor.
"Não suportando tamanha decepção, o candidato
preterido escreveu
um pequeno bilhete, perdoando a todos, menos
a mim, e foi morar, segundo disse, com a  santa
da qual era devoto...
A partir daí, abandonei o magistério, pois minha
consciência não me deixa em paz.
Acho que fui rigoroso demais e, por isto, quero
depurar minh'alma através do sofrimento
pessoal.".
Já se passaram vinte e dois anos, segundo ele,
e, ainda, se sente culpado...