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sábado, 23 de abril de 2011

Conto poético: Reconhecimento



Já cansada pelo decurso dos anos, a professora,
com a paciência que Deus lhe concedeu, ministra,
com todo carinho, as lições do aprendizado.
Seu jaleco, impecavelmente branco e bem cuidado,
traduz o amor a sua profissão.
A escola, no interior do estado, dista cerca de quatro
quilómetros da sua residência, percorridos diariamente
e a pé, chova ou faça sol.
Pelo caminho, tem tempo suficiente para meditar.
Pensa em sua família, nos seus alunos, na profissão...
O sol, já quente, desperta as cigarras que cantam
alucinadamente nas árvores, misturando-se ao
gorjeio dos pássaros.
Não muito raro, assiste-se, à beira do rio, preguiçosas
capivaras aquecendo-e em cima das pedras, disputando
espaço com dezenas de  tartarugas imóveis.
Observa, nos cercados que margeiam o caminho, o gado
calmamente pastando.
A paisagem bucólica, enche-lhe os olhos e a alma.
Pensa em sua mocidade...
Foi uma aluna muito aplicada.
Sonhava com prosperidades materiais.
Cidade grande era o seu objetivo, como também  as
festas e amigos importantes.
Seus sonhos foram completamente diferentes, da realidade
que a vida lhe reservou.
É, apenas, uma professora do curso primário, sem
amigos importantes ou riquezas.
Crê que jogou fora a juventude.
Agora, a caminhada terminou.
Ao aproximar-se da escola, uma menina de,
aproximadamente, nove anos, sua aluna, correu em
sua direção, de braços abertos e, afetuosamente,
beijou-lhe a face, dizendo :
"Quando eu crescer, quero ser uma professora igualzinha
a senhora, inteligente e mãe de todas nos.
Todas as noites, peço a Deus para lhe dar muita saúde,
felicidade e que a senhora esteja sempre pertinho de nos."
A professora, chorando, disse à menina:
Querida, agora eu sou a pessoa mais feliz do universo, pois
não preciso de riquezas, cidades grandes,amigos influentes
ou festas.
Vocês são muito mais do que tudo isto.
São a minha vida !

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